À Justiça, médico mantém acusação contra a mãe por matar professora envenenada em Ribeirão Preto, SP
Também acusado pela morte de Larissa Rodrigues, Luiz Garnica ainda mencionou que Elizabete Arrabaça furtou R$ 100 mil dele. Elizabete, por sua vez, negou crime e alegações de carta em que confirmava morte da nora por ingestão acidental de chumbinho.
Em depoimento, médico culpa mãe por morte de esposa envenenada em Ribeirão Preto, SP
O médico Luiz Antonio Garnica manteve nesta terça-feira (14), em audiência de instrução na Justiça, a acusação contra a mãe, Elizabete Arrabaça, pela morte por envenenamento da professora de pilates Larissa Rodrigues, em Ribeirão Preto (SP), em março deste ano.
Réu com a mãe no processo, Garnica negou participação no crime e acusou a mãe não só pela morte da mulher como também da irmã, Nathalia Garnica, que morreu um mês antes da professora, também com chumbinho no organismo.
Segundo o promotor de Justiça, Marcos Túlio Nicolino, Garnica deixou o entendimento de que a mãe agiu motivada por questões financeiras e chegou a mencionar um suposto furto R$ 100 mil dele para reforçar o argumento de que ela agia por ganância.
Luiz Antônio Garnica, Larissa Rodrigues, Elizabete Arrabaça, Ribeirão Preto, SP — Foto: Reprodução/g1
Garnica, assim como Elizabete, foram ouvidos durante o último dia de audiência de instrução do caso, antes do parecer do juiz, que pode definir pela pronúncia ou absolvição dos réus.
O médico e a mãe respondem por feminicídio triplamente qualificado por respondem por motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima e estão presos desde maio.
Além deles foram ouvidas testemunhas, entre elas o pai de Garnica, Antônio Luiz Garnica que se referiu a Elizabete como uma pessoa materialista ao lembrar do período em que foi casado com ela.
Luiz Antônio Garnica e a mãe, Elizabete Arrabaça, estão presos por suspeita de matar a professora Larissa Rodrigues em Ribeirão Preto, SP — Foto: Reprodução/EPTV
Também ouvida nesta terça-feira, Elizabete Arrabaça negou qualquer envolvimento com a morte da nora e desqualificou as alegações feitas por ela em uma carta enviada da prisão em 31 de maio.
Na carta, a acusada mencionava que a vítima havia morrido após tomar um remédio que estava com veneno de rato na noite anterior à morte. Ela dizia que nem ela nem Larissa, sabiam que a substância estava na medicação para a dor do estômago que haviam tomado.
“Muitos desencontros na fala dele. Então a única alternativa dele é querer imputar essa morte à mãe, pra tentar a liberdade dele. (…) É muito fácil querer imputar fatos negativos à mãe para por na conta dela essa morte da Larissa, sendo que ela não tinha interesse nenhum na morte da Larissa, muito pelo contrário: a única pessoa que poderia ter algum interesse, porque ele tinha uma amante, até então ninguém sabia, pelo menos não era público, era ele.”
Corpos de Nathalia Garnica e Larissa Rodrigues estão sepultados no mesmo túmulo, em Pontal (SP). — Foto: Reprodução/EPTV
Para o Ministério Público, que defende a indicação dos réus para o tribunal do júri, os depoimentos dos réus foram marcados por contradições e reforçaram o entendimento anterior da acusação de que Luiz Garnica planejou e a mãe, já envolvida com a morte da filha, executou o crime, ao envenenar Larissa.