O médico ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, 41 anos, que tinha sido preso suspeito de abusar sexualmente de pacientes durante consulta, deu sua versão pela primeira para o jornalismo da Record TV Goiás logo após ser solto para responder as acusações em liberdade.
Na reportagem veiculada na noite de ontem (05), no jornal Goiás Record, e repercutida hoje no Balanço Geral Manhã, o médico negou que tinha abusado das pacientes e disse que os toques realizados durante a consulta e considerados inapropriados pelas pacientes, faziam parte do atendimento médico.
“Durante o exame físico você percebe que a paciente ficou excitada e às vezes ela não fica excitada com o parceiro dela, e muita das vezes ela comenta isso com o parceiro, dizendo que o toque tinha sido diferente. Quase nenhum médico trabalha com a sexualidade, porque é muito difícil e você pode ser mal interpretado”, comenta o ginecologista.
Há 16 anos na profissão, Nicodemos ainda disse na reportagem que em todo tempo de atuação, ele nunca deixou que alguma paciente tocasse o corpo dele ou que tenha oferecido procedimentos médicos em troca de sexo.
Em relação as mensagens que foram trocadas com pacientes fora do consultório, o ginecologista admite que pode ter passado dos limites.
“Elas mandavam mensagem com um oi, eu mandava um livro, depois elas tiravam algumas dúvidas e eu brincava dizendo que elas poderiam fazer assim, faz diferente, se eu fizesse com você alguma coisa seria assim… Isso é uma brincadeira, eu até considero que as vezes pode ser considerado uma brincadeira de mau gosto. Esse erro eu assumo que cometi”.
Sobre o caso
Nicodemos foi preso pela polícia, suspeito de abusar sexualmente de várias pacientes, no dia 29 de setembro. Ele foi abordado em um dos consultórios em que atendia em Anápolis. Após o médico ser preso, a Polícia Civil divulgou o nome e a imagem dele a fim de que mais vítimas o denunciasse. E então, no dia seguinte à divulgação, a corporação já havia recebido ligações de mais de 50 mulheres.
A delegada Isabella Joy, responsável pela investigação, disse que 53 mulheres formalizaram denúncias por meio de boletins de ocorrência.
“Temos diversos relatos de vítimas que ele tentou agarrar, beijar, fez que tocassem nos órgãos genitais dele. Vítimas que ele abusou durante o parto, que sofreram depressão pós-parto por causa dele”, descreveu a delegada.
Depois de 3 dias preso, na última segunda-feira (04), o médico conseguiu na Justiça o direito de responder ao processo em liberdade. Ele terá que usar tornozeleira eletrônica, mas não poderá exercer a profissão e nem sair de Anápolis.
Ontem (05), o Ministério Público recorreu da decisão que soltou o médico. Após o juiz conceder liberdade provisória a Nicodemos, o MP entrou com um pedido de reconsideração, alegando o equívoco da decisão.