Médico bêbado recebe Bolsa Família mesmo após ser concursado: polêmica e prisão

Médico flagrado bêbado recebeu Bolsa Família quando já era concursado

De julho a fevereiro de 2013 e 2014, Izailson Rocha recebeu R$ 1.344 pelo bolsa família. Ele foi nomeado médico da SES em junho de 2013

O médico Izailson Chaves Rocha de França, 46 anos, recebeu recursos do Bolsa Família enquanto já era médico concursado da rede pública de saúde do Distrito Federal. Nessa segunda-feira (16/12), veio à tona um vídeo em que ele atende pacientes com sinais de embriaguez. O profissional de saúde se envolveu em uma batida de carro no fim de semana, quando foi preso após bater no veículo de um paciente e fugir.

Izailson foi beneficiário do programa social até fevereiro de 2014. A data de admissão do profissional, contudo, é de junho de 2013.

Nesse intervalo, Izailson arrecadou R$ 1.344 pelo governo federal nos sete meses completos, desde que foi nomeado. No mesmo período, ele recebeu R$ 103.712,82 de salário bruto e R$ 73.329,32 da remuneração líquida – sem os descontos na folha de pagamento.

Situação atual do médico Izailson, com a data de admissão em 2013. Valores repassados pelo bolsa família a médico. Atualmente, Izailson é gerente de emergência e para desempenhar essa função recebeu R$ 25 mil em outubro, conforme consta em sua folha de pagamento no Portal de Transparência.

PRISÃO POR COLIDIR BÊBADO E FUGIR

O médico foi preso na manhã de sábado após bater em um carro que estava estacionado no Hospital Regional de Samambaia (HRSam) e fugir do local. Ele está com a carteira de habilitação suspensa e trabalhava em estado de embriaguez dentro da unidade de saúde.

A Secretaria de Saúde repudiou a atitude do servidor (leia nota abaixo).

De acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), o profissional de saúde apresentava forte odor etílico, olhos avermelhados e falas desconexas. Ele se recusou a fazer o teste do bafômetro.

A PMDF foi acionada após uma pessoa colidir em seu veículo dentro do hospital e fugir. O carro foi encontrado estacionado na QN 122, conjunto 7 de Samambaia.

ATENDIMENTO BÊBADO

O automóvel estava com a porta do motorista aberta e com dois pneus furados. A família de uma paciente filmou o homem que não conseguia sequer abrir o computador, conforme aparece em imagens.

No vídeo, os familiares pedem apenas para que o médico apresentasse a liberação e um analgésico de uma paciente. O profissional, no entanto, não reagia ao pedido em suposto estado de embriaguez. “Isso é um absurdo”, disse a familiar da paciente. “Você não está conseguindo abrir o computador”, seguiu nas acusações.

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Justiça condena major da PM por assédio sexual no batalhão da PMDF no Recanto das Emas

Oficial da PMDF é condenado por assédio e importunação sexual contra policiais femininas e funcionárias de batalhão

Segundo vítimas, major Luizmar Barreto Ferreira usava hierarquia para fazer abordagens de cunho sexual. Defesa diz ingressou no processo na fase de recurso de apelação e que vai se inteirar quando tiver acesso aos autos.

Justiça condena major da PM por assédio sexual dentro do quartel

Um oficial da Polícia Militar do Distrito Federal foi condenado, na segunda-feira (17), pelos crimes de assédio sexual e importunação sexual que ocorreram dentro do Batalhão da PM na região do Recanto das Emas. Segundo o processo, as vítimas são policiais femininas que eram subordinada ao major Luizmar Barreto Ferreira, e também funcionárias civis que frequentavam o batalhão.

A defesa do militar disse ingressou no processo na fase de recurso de apelação, “que já foi interposto”, e que vai se inteirar do processo e da sentença quando tiver acesso aos autos.

Em depoimento à Justiça, as vítimas contaram que o oficial usava da posição superior na hierarquia da PM para tocar de forma inapropriada as vítimas, fazer abordagens de cunho sexual e enviar mensagens de celular com conotações ofensivas.

A pena é de 3 anos de detenção e 1 ano, 1 mês e 6 dias de reclusão. O major pode recorrer em liberdade.

Em nota, a PMDF disse que não comenta decisões judiciais, mas que a investigação foi realizada pela corporação “sob coordenação da Corregedoria da PMDF”.

CONDENADO EM PRIMEIRA INSTÂNCIA

Segundo a denúncia do Ministério Público do DF e Territórios, os crimes aconteceram entre 2019 e 2021, e que “as vítimas tinham medo de represália por conta da hierarquia militar do major, o que contribuiu para um silêncio prolongado durante todos esses anos”.

A denúncia ganhou força quando outras vítimas relataram o mesmo comportamento do militar, depois que uma primeira denúncia chegou ao conhecimento do comando geral da PMDF.

A condenação é em primeira instância e uma decisão unânime do Conselho Especial da Auditoria Militar do DF. A sentença se baseou em provas que incluem: depoimentos, testemunhas e registros de mensagens.

Para o MPDFT, a decisão é um marco no combate ao assédio sexual nas instituições militares, “fortalecendo os mecanismos de denúncia e incentivando vítimas a buscarem justiça sem temor de represálias”.

O QUE DIZ A PMDF

“A Polícia Militar do Distrito Federal informa que não comenta decisões judiciais.

Sobre os fatos, toda a investigação, em sede de Inquérito Policial Militar (IPM), foi realizada pela corporação, sob coordenação da Corregedoria da PMDF.”

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