O médico Adolfo Antônio Pires foi preso no Rio de Janeiro pela Polícia Civil, por meio da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), em cumprimento a um mandado de prisão. Ele foi condenado em primeira instância a 13 anos de prisão por participar de um esquema de falsificação de laudos médicos que tinham como objetivo liberar o cultivo ilegal de maconha. A sentença foi proferida no dia 9 de outubro de 2024, e após recursos da defesa, a prisão do médico foi efetuada nesta quinta-feira.
A investigação realizada pela Polícia Civil identificou que Adolfo Antônio Pires era peça central de uma rede criminosa que utilizava a medicina como fachada para sustentar práticas ilegais. O esquema consistia na emissão de laudos falsos, com diagnósticos simulados de doenças graves, para justificar judicialmente o plantio doméstico de grandes quantidades de maconha sob a justificativa de “uso medicinal”. Além disso, o médico praticava o crime de extorsão, exigindo pagamentos de pacientes e familiares beneficiados por habeas corpus obtidos por meio dos laudos fraudados, sob ameaças.
Durante as investigações, que resultaram na primeira prisão de Adolfo Antônio Pires em 2023, foi revelada uma extensa rede de manipulação documental e conivência profissional, com dezenas de pacientes falsamente diagnosticados e autorizações judiciais obtidas fraudulentamente. O médico trabalhou em diversos hospitais públicos e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) na cidade do Rio de Janeiro, sendo seu último contrato nas redes municipais em novembro de 2021.
O esquema liderado por Adolfo Antônio Pires oferecia pacotes para plantação de skunk, uma droga mais potente que a maconha tradicional, incluindo a emissão de laudos falsos e entrada com habeas corpus para justificar o cultivo ilegal da planta. Os valores cobrados pela quadrilha variavam de R$ 3 mil a R$ 50 mil, mesmo sem relação das supostas enfermidades com o uso medicinal da maconha. O médico, que atuou em diversos hospitais, foi detido durante a Operação Seeds, realizada pela 14ª DP.
A prisão de Adolfo Antônio Pires foi possível graças aos levantamentos de dados do setor de inteligência da DRF, que localizou o paradeiro do condenado e efetuou a captura. O médico era peça chave em um esquema criminoso que utilizava a medicina de forma fraudulenta para obter vantagens financeiras indevidas e contornar controles legais e sanitários. A condenação de 13 anos de prisão reflete a gravidade das práticas ilícitas cometidas por ele e sua rede criminosa.




