Na última semana, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) condenou o médico Willian Pires, de 37 anos, a indenizar em R$ 107 mil uma paciente que sofreu necrose e queloides severas após um procedimento de lipoaspiração. Segundo a decisão, procedimento ocorreu em setembro de 2020.
William é apelidado como “cirurgião das estrelas” e tem mais de 342 mil seguidores em seu perfil no Instagram. Neste ano, o médico foi responsável por arrematar um almoço com a influenciadora Virginia Fonseca durante um leilão de caridade do ex-jogador de futebol, Ronaldo Fenômeno.
O médico desembolsou cerca de R$ 735 mil para ter o direito a um jantar com a influenciadora, em junho deste ano. Além disso, ele também teria desembolsado cerca de R$ 110 mil para jantar ao lado de Ronaldo Fenômeno e da apresentadora Sabrina Sato.
Processo
Segundo a desembargadora Vera Andrighi, responsável pela decisão da indenização, a cirurgia resultou em “uma modificação para pior” no corpo da vítima e ressaltou que ela não foi avisada sobre os possíveis riscos que corria.
Em vídeo gravado recentemente pela vítima durante uma consulta com outros médico, é possível ver uma série de cicatrizes deixadas pelo erro cometido por Willian Pires. Segundo ela, o “médico das estrelas” teria manipulado de forma equivocada as cânulas usadas na lipoaspiração e que está tentando se recuperar das marcas deixadas na pele.
A cirurgia teria custado cerca de R$ 15 mil e foi realizada em um consultório médico em Goiânia. Dias após a cirurgia, a vítima relatou ter percebido o surgimento de feridas que não são comuns durante a recuperação da cirurgia de lipoaspiração.
Ela, então, procurou William, que informou que as feridas eram raras e que realmente podem ocorrer complicações pós-cirurgia, mas que nenhum paciente operado por ele havia apresentado lesões semelhantes às da vítima.
A mulher procurou a emergência de um hospital no dia 12 de setembro de 2020, após apresentar sintomas de trombose. Exames médicos confirmaram o diagnóstico e ela precisou ser internada e pedir transferência para um hospital público, pois não possuía plano de saúde nem recursos financeiros para arcar com as despesas de internação em um hospital particular. No entanto, ela foi liberada no dia seguinte após ser medicadas e apresentar melhora.