Médico denunciado por homicídio qualificado após morte de paciente que fez ‘harmonização de bumbum’
Em janeiro deste ano, o médico Marcelo Alves Vasconcelos foi denunciado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) por homicídio qualificado da comerciante Adriana Barros Lima Laurentino, de 46 anos, que faleceu após realizar um procedimento estético em uma clínica no Recife. O caso chocou a população e trouxe à tona questões sobre a segurança e responsabilidade dos profissionais de saúde.
Adriana Barros foi encontrada morta horas após se submeter a uma “harmonização de bumbum” com o médico, procedimento que foi realizado com o uso de polimetilmetacrilato, uma substância não recomendada pela Anvisa para fins estéticos. A vítima sofreu uma embolia pulmonar e choque séptico, agravados por uma infecção urinária prévia. O inquérito da polícia aponta que o médico tinha ciência dos riscos do procedimento, demonstrando indiferença ao resultado que poderia ocorrer.
Segundo as investigações, Marcelo Alves Vasconcelos não realizou um exame prévio adequado em Adriana Barros, o que poderia ter detectado a infecção urinária e evitado a tragédia. O comportamento negligente do médico, somado à busca por lucro excessivo, evidenciam a falta de cuidado com a saúde e bem-estar da paciente. Além disso, o profissional não possuía inscrição no Conselho Regional de Medicina de Pernambuco, exercendo a atividade ilegalmente no estado.
O histórico criminal do médico também é mencionado nas investigações, relacionando-o a esquemas de fraude em ingressos nos cursos de Medicina em outros estados. A falta de ética e comprometimento com a profissão demonstrados por Marcelo Alves Vasconcelos levantam questões sobre a regulamentação e fiscalização das práticas médicas no Brasil, visando garantir a segurança e integridade dos pacientes.
Diante da gravidade do caso, o MPPE não divulgou a qualificadora do crime de homicídio atribuído ao médico. O g1 entrou em contato com Marcelo Alves Vasconcelos para obter seu posicionamento sobre a denúncia, porém não obteve resposta até o momento. A morte de Adriana Barros evidencia a importância da fiscalização e responsabilização dos profissionais de saúde, visando prevenir tragédias como essa e proteger a saúde da população. A busca por lucro não pode prevalecer sobre a integridade e segurança dos pacientes.