Médico do Araújo Jorge é indiciado por ‘prestar serviço’ para familiares de mortos

Um médico, que não teve a identidade revelada, responderá judicialmente por cobrar dinheiro de familiares de pacientes falecidos do hospital Araújo Jorge. Ele exigia o pagamento de R$200 a R$400 para preencher formulários de seguro de vida, apesar de a prática ser vedada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

O caso chegou até a Polícia Civil no ano passado quando o filho de uma mulher em tratamento contra o câncer morreu e surgir a cobrança. Segundo o delegado Cleybio Januário, o homem decidiu fazer a denúncia por ter ficado indignado com a situação. Ele teria, inclusive, questionado uma funcionária da unidade.

“Ele afirmou que a secretária teria dito se tratar de algo normal. O valor de R$200 que pediram a ele ainda seria barato e outros cobravam até mais. Ele chegou a pagar, mas procurou o Conselho Regional de Medicina em Goiás e também a ouvidoria do Araújo. O denunciante afirmou que até hoje não teve uma manifestação sobre a reclamação por parte da unidade de saúde”, detalha o delegado.

Em depoimento, o médico disse que não sabia que o preenchimento de formulários de apólices de seguro de vida era um crime. Foi ele mesmo quem informou à Polícia os valores cobrados e alegou que, se não atendesse ao pedido dos familiares, eles não poderiam resgatariam o valor. Legalmente, o procedimento correto seria apenas a cessão do prontuário médico.

O profissional foi indiciado por corrupção passiva por ter vínculo de trabalho com hospital, que é credenciado ao SUS. O crime ocorre quando um funcionário público solicita ou recebe vantagem ou promessa de vantagem em troca de algum tipo de favor ou beneficio ao particular. 

 

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp