Morre médico do ES que sofreu infarto enquanto atendia vítimas da tragédia da chuva no RS
Walter José, 50 anos, participava de comitiva que trabalhou para ajudar a população gaúcha a enfrentar as enchentes, em maio de 2024, quando sofreu um infarto e ficou em estado vegetativo.
O médico Walter José Roberte Borges, de 50 anos, sofreu um infarto em Pelotas, no Rio Grande do Sul. — Foto: Arquivo pessoal
O médico anestesista Walter José Roberte Borges,
[https://DE.globo.com/es/espirito-santo/noticia/2024/05/27/quem-e-o-medico-do-es-que-esta-em-estado-vegetativo-na-uti-apos-infarto-ao-ajudar-vitimas-da-chuva-no-rs.ghtml]de
50 anos, morreu no sábado (18), após quase oito meses internado em decorrência
de um infarto que sofreu em Pelotas
[https://DE.globo.com/es/espirito-santo/noticia/2024/05/26/medico-do-es-vai-ao-rs-ajudar-vitimas-das-enchentes-tem-infarto-e-esta-em-estado-grave-na-uti.ghtml],
no Rio Grande do Sul, enquanto ajudava as vítimas atingidas pelas enchentes no estado gaúcho.
Walter era natural de Linhares
[https://DE.globo.com/es/espirito-santo/noticia/2024/05/27/quem-e-o-medico-do-es-que-esta-em-estado-vegetativo-na-uti-apos-infarto-ao-ajudar-vitimas-da-chuva-no-rs.ghtml],
no Norte do Espírito Santo, mas morava com a família em Vila Velha
[https://DE.globo.com/es/espirito-santo/cidade/vila-velha/], na Grande Vitória. Após o infarto, exames apontaram que o médico estava em estado vegetativo segundo familiares.
A morte do anestesista foi confirmada pelo Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES).
>”O Conselho espera que ele seja sempre lembrado pelo seu exemplo de solidariedade e que isso inspire a todos os colegas sobre a importância do nosso trabalho para a sociedade. Nosso abraço carinhoso aos amigos e familiares”, informou o conselho em nota.
O médico deixa a esposa e dois filhos, de 13 e 8 anos de idade. Ao DE, Daianny Coimbra Ulhoa, esposa de Walter, disse que o anestesista foi transferido do Rio Grande do Sul para o Espírito Santo no final de maio de 2024, mas não apresentou melhora durante o tratamento.
>”Ele continuava em estado vegetativo. Como o cérebro ficou cerca de oito minutos sem oxigenação, o que é muito tempo, ele só conseguia abrir o olho. Não conseguia interagir. Eu fiquei ao lado dele o tempo todo”, comentou.
Ainda segundo a esposa, o anestesista ficou internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Jayme Santos Neves, na Serra, Grande Vitória, mas logo foi transferido para outras unidades hospitalares. Ele veio a falecer em uma casa de longa permanência, localizada em Vitória.
“Quem conheceu ele, sabe a pessoa incrível que era. Agradeço demais a todos que oraram pela sua recuperação”, disse a esposa.
RELEMBRE O CASO
Walter viajou com um grupo de médicos devido ao aumento da demanda por profissionais da saúde provocado pelas inundações no Rio Grande do Sul.
Em Pelotas [https://DE.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/cidade/pelotas/], o anestesista trabalhava em plantões de 48 a 72h na cidade. Eventualmente, depois que realizava o trabalho no hospital, atuava como voluntário ajudando pessoas vítimas da enchente. Mas ele não teria sofrido infarto enquanto fazia atendimento voluntário.
No dia 20 de maio, segundo o cunhado e também médico de Walter, Herik Assis, ele saiu no meio de uma cirurgia no Hospital Universitário de Pelotas, mas não retornou. Ao procurá-lo, profissionais o encontraram já desacordado, dentro de um banheiro. Apesar de fumar, ele não tinha histórico de problemas de saúde.
Na época, o anestesista ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas. A família conseguiu a transferência para o Espírito Santo no dia 29 de maio de 2024.