Médico deu tapas e xingou paciente autista de 9 anos durante consulta, diz mãe
Mãe conta que médico disse ao filho dela que “criança que nem ele não ia longe”. Secretaria Municipal de Saúde informou que o médico foi afastado e Polícia Civil apura os fatos.
Médico é suspeito de dar tapas e xingar menino autista de 9 anos em Mambaí, na região nordeste de Goiás. Ao DE, a mãe da criança relatou que a criança foi levada para o hospital por conta de um ferimento na mão causado durante uma crise de agressividade em casa.
O nome do médico não foi divulgado e, por isso, o DE não obteve contato da defesa para um posicionamento até a última atualização desta reportagem.
O caso aconteceu na quarta-feira (12), no Hospital Municipal de Mambaí. A mãe explicou que o filho também tem transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e que mudou de medicamento há pouco tempo. “Ele teve uma crise de agressividade e cortou a mão na janela de casa, quando deu um soco na janela. Chamei o Conselho Tutelar para poder relatar o que aconteceu”, contou.
A mãe narrou que o Conselho Tutelar a orientou o menino levar ao hospital para fazer um curativo. O menino foi levado pela tia, pois a mãe estava em horário de trabalho. Segundo a mãe, a irmã dela contou sobre a crise de agressividade e o diagnóstico de autismo e TDAH da criança para o médico.
> “Ela falou que o médico já começou a agredir verbalmente, chamando ele de ‘merdinha’, de ‘valentão’, que criança que nem ele não ia longe, que o ‘mundo ia ensinar pra ele’. Daí, deu dois tapas na cara dele e mobilizou o braço dele pra trás”, relatou.
Na sequência, a mãe falou que as enfermeiras entraram e aplicaram um sedativo, mas o filho dele começou a se debater, pois ficou muito nervoso e conseguiu se soltar. “O pé dele pegou na minha irmã. Aí, o médico deu outro tapa na cara dele. Esse outro tapa que ele deu foi mais forte e pegou acima do ouvido dele e furou o típano”, contou.
A mãe narrou que chegou no hospital depois do ocorrido e que o filho estava vermelho, chorando, se debatendo na cama. “Eu tentei acalmar ele. O médico me chamou na sala, falou que teve que usar força com ele e que agrediu ele”, relembra. O profissional de saúde chegou a pedir desculpas e comprou um medicamento para o ouvido do menino, contou a mãe.
A mãe relatou o caso para a Polícia Civil e para a Secretaria de Saúde. À DE, a Secretaria de Municipal de Saúde informou que está apurando os fatos e que o médico foi afastado das atribuições dele. O delegado responsável pelo caso Breno Gaspar afirmou que foi instaurado um procedimento para apurar os fatos e que diligências estão em andamento.