Última atualização 18/10/2022 | 16:23
Em uma semana, Goiás registrou dois casos de nascimento de bebês empelicados. O evento é considerado raro pelos especialistas, principalmente se acontecer por via vaginal. A estimativa é que ocorra um a cada 80 mil partos. A situação costuma ocorrer em gestações de um ou dois gêmeos em bolsas amnióticas diferentes e de bebês pequenos, como os prematuros.
O obstetra Diego Rezende explica que o parto empelicado é mais comum nas cesáreas. Ele diz que o profissional pode optar por romper a bolsa amniótica que envolve a criança fora da barriga da mãe, o que caracteriza um parto empelicado. Quando o parto é natural, as chances são menores porque o médico pode estourar a bolsa ou o próprio útero faz esse processo ao se contrair para empurrar o feto ao exterior.
“Alguns estudos especulativos associam o empelicacamento a prejuízos para a formação da imunidade inicial da criança porque ela não foi exposta a bactérias da vagina da materna. Por outro lado, as mães que tiveram esse tipo de parto relatam que sentiram menos dor. Faz sentido porque a membrana da bolsa é lisa, o que facilitaria o deslizamento da criança”, diz.
Segundo ele, o emplacamento pode ocorrer nas cesáreas se o médico tiver cuidado para retirar a bolsa. Esse tipo de parto em que a mulher fica anestesiada a partir da cintura demora entre 50 minutos e uma hora. Com cerca de cinco minutos a mais, o obstetra consegue retirar a criança envolta na estrutura amniótica.
A etapa seguinte é “estourar” a bolsa com uma pinça semelhante ao que é feito com um balão de ar. “Racionalmente falando, quanto menos tempo o procedimento, melhor para a paciente já que ela está anestesiada. É um tempo desnecessário para ver o bebê empelicado, se movimentando dentro da bolsa. Esses casos não são exatamente uma surpresa”, destaca Diego.
Um vídeo divulgado nesta segunda-feira, 17, mostra o nascimento empelicado de meninas gêmeas em Anápolis durante uma cesariana. A mãe teria chegado a brincar perguntando ao médico se as filhas chegariam ao mundo dessa maneira porque sempre achou muito bonito. Na semana passada, em 12 de outubro, uma das gêmeas nascidas em um hospital de Iporá não teve a bolsa rompida ainda no útero da mãe.