Médico explodiu lancha de R$ 750 mil em Caldas Novas para receber seguro

Um cirurgião plástico que atua no Distrito Federal e em Goiás foi um dos principais alvos de mandados de busca e apreensão cumpridos no âmbito da Operação Navio Fantasma. A operação foi realizada pela Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF) nesta terça-feira, 15, e desarticulou uma associação criminosa especializada em forjar acidentes automobilísticos e receber altos valores pagos pelas seguradoras.

Segundo as investigações, o médico forjou o incêndio que destruiu um barco de luxo. A lancha foi incendiada em 11 de dezembro do ano passado, por volta das 20h, às margens do Lago Corumbá, em Caldas Novas.

O cirurgião teria assinado o seguro do barco e se intitulou proprietário. Logo em seguida, com a ajuda de comparsas, simulou o incêndio para receber o dinheiro do seguro. Os valores seriam de aproximadamente R$ 750 mil.

Os investigadores da DRF foram até o apartamento do médico em Brasília, mas não o encontraram. Ele é aguardado pelos policiais para ser ouvido no âmbito da Operação Navio Fantasma e poderá ser indiciado por estelionato e associação criminosa.

As apurações indicam que a participação do médico estaria restrita à explosão da lancha e não teria ligação com os golpes envolvendo os veículos de luxo. Ao todo, a força-tarefa cumpriu 12 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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