Médico acusado de racismo será ouvido na próxima semana

O médico Márcio Antônio Souza Júnior, investigado pelo crime de racismo contra um funcionário de sua fazenda na Cidade de Goiás, será ouvido na próxima semana pelo delegado Joaquim Filho Adorno Santos, titular do Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri), em Goiânia.

O depoimento estava marcado para a quinta-feira (17) na delegacia da Cidade de Goiás, mas a defesa solicitou adiamento para esta sexta-feira (18). Contudo, com o envio do procedimento policial para o Geacri, a oitiva foi remarcada.

“Temos muitos casos em andamento, mas ele será ouvido até a próxima sexta-feira”, garante o delegado. O médico divulgou vídeo nas redes sociais dele com um funcionário da fazenda, cujo nome não foi divulgado, utilizando grilhões no pescoço, punhos e tornozelos. O funcionário de Márcio estaria sendo punido por não trabalhar corretamente e que por isso, segundo dizeres do médico, o funcionário ficaria na senzala.

Depois da repercussão do vídeo que viralizou e ganhou o noticiário nacional, Márcio Júnior disse que tudo não passou de uma “brincadeira” e disse que foi o próprio funcionário que colocou os grilhões. O crime de racismo prevê pena de reclusão de até 5 anos.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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