Médico que causou morte em hidrolipo perde CRM por 6 meses

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Médico responsável por hidrolipo que matou paciente perde CRM

Josias Caetano dos Santos não poderá exercer a medicina por 6 meses. Paloma
Alves, 31, morreu durante hidrolipo em novembro do ano passado

São Paulo — O Conselho Federal de Medicina (CFM) interditou o CRM do médico
Josias Caetano dos Santos
[https://www.metropoles.com/sao-paulo/medico-que-fez-hidrolipo-que-matou-mulher-ja-foi-processado-20-vezes],
responsável por um procedimento de hidrolipo que resultou na morte de Paloma
Lopes Alves
[https://www.metropoles.com/sao-paulo/mulher-que-morreu-apos-hidrolipo-contratou-medico-pelas-redes-sociais],
de 31 anos, realizado em novembro do ano passado em uma clínica no bairro do
Tatuapé, zona leste de São Paulo.

De acordo com o Conselho Regional Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), o
conselho interditou cautelarmente o médico de forma que ele não poderá exercer a
medicina durante seis meses.

> “A interdição cautelar foi referendada pelo CFM e está válida desde 20 de
> fevereiro de 2025. O prazo da interdição poderá ser prorrogado por mais seis
> meses, totalizando um ano”, disse o Cremesp em nota ao DE. A
> investigação, no âmbito do conselho, continua e segue sob sigilo.

4 imagens Paloma e o marido, Everton da Silveira Ela realizou uma hidrolipo, uma lipoaspiração Paloma Lopes Alves, de 31 anos, morreu após fazer uma hidrolipo Fechar modal. 1 de 4

Ela contratou a cirurgia pelas redes sociais

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Paloma e o marido, Everton da Silveira

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Ela realizou uma hidrolipo, uma lipoaspiração

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Paloma Lopes Alves, de 31 anos, morreu após fazer uma hidrolipo

Reprodução/Redes Sociais

Em janeiro deste ano, o Tribunal de Justiça paulista (TJSP) decretou a prisão preventiva de Josias Caetano dos
Santos. Segundo a Justiça, os acusados — o médico e outros três funcionários do
estabelecimento, que também tiveram a prisão decretada — “assumiram o risco de
matar ao realizarem procedimento estético e cirúrgico na vítima Paloma Lopes
Alves, sem se atentarem as normas mínimas de saúde e segurança”.

A mulher morreu no dia 26 de novembro de 2024 após sofrer uma parada
cardiorrespiratória na clínica Maná Day, de acordo com o boletim de ocorrência,
obtido pelo DE.

> “Extraem-se dos documentos colhidos durante a investigação que a vítima sofreu
> complicações em procedimento cirúrgico realizado em clínica clandestina,
> gerida e composta pelos acusados, que agiram com dolo eventual, podendo
> vitimar inúmeras pessoas ao utilizar medicamentos, equipamentos e protocolos
> irregulares, fatores que revelam a inegável reprovabilidade das condutas,
> periculosidade social dos agentes e o risco gerado por seu estado atual de
> liberdade”, diz parte do despacho da juíza Luciana Menezes Scorza, da 4ª Vara
> do Júri.

A Polícia Civil concluiu as investigações do caso. O inquérito foi relatado no
31° Distrito Policial, no Carrão, e encaminhado à Justiça.

Uma das proprietárias da clínica foi localizada em Guarulhos, em 17 de janeiro,
e segue presa preventivamente. O médico e os outros funcionários da clínica
seguem foragidos. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que a equipe está em diligências
para capturá-los.

O CASO

Paloma contratou o procedimento cirúrgico pelas redes sociais e só conheceu o médico Josias Caetano no dia da cirurgia, quando sofreu uma parada cardiorrespiratória na clínica Maná Day. O procedimento era na região das costas
e do abdome.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado imediatamente, mas, ao chegar ao Hospital Municipal do
Tatuapé, Paloma já estava sem vida. Na unidade hospitalar, foi apontado como
causa provável da morte uma embolia pulmonar.

O pagamento da lipoaspiração foi feito por meio de transferências bancárias,
segundo o marido da vítima, Everton Reigota da Silveira, que registrou o boletim
de ocorrência. O documento informa também que o médico Josias Caetano tinha
várias reclamações nas redes sociais.

A clínica Maná Day foi autuada e interditada por exercer atividade irregular. Agentes da
Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) verificaram que o estabelecimento
não tinha a Licença Sanitária emitida pela vigilância sanitária municipal nem
uma solicitação desse licenciamento protocolado.

O caso foi registrado no 52º DP (Parque São Jorge).

O QUE É HIDROLIPO

A hidrolipo, também chamada de lipoaspiração tumescente, é um procedimento estético bastante
invasivo que remove gordura localizada em diversas partes do corpo, como
abdômen, quadris, coxas e nádegas. O uso dessa terminologia não é reconhecido
pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

Ela é indicada, geralmente, para pessoas próximas do peso ideal, mas que possuem
acúmulos de gordura que não são eliminados mesmo com dietas e exercícios
físicos.

O local para a realização, de acordo com a SBCP, precisa atender pré-requisitos
determinados pelo Conselho Federal de Medicina, como ser realizado em centros
cirúrgicos, hospitais e clínicas que tenham suporte para qualquer intercorrência
do paciente.

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