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Médico que foi agredido por marido de paciente diz que não houve negligência

Última atualização 14/12/2023 | 16:57

Agredido pelo marido da paciente Nathali Haydee Cunha, que morreu em uma unidade de pronto atendimento de Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, o médico Pablo Henrique diz que não houve negligência durante o atendimento à professora. 

Segundo o profissional, ele seguiu todos os protocolos para o tratamento de Nathali, que anteriormente já havia procurado a UPA do Setor Mansões Odisséia com dores no corpo e havia sido diagnosticada com dengue por outro médico. Na ocasião ela havia sido orientada a fazer hidratação e tomar os medicamentos prescritos. 

“Em nenhum momento foi tratado com negligência, isso é totalmente incompatível com o tratamento que foi dado a ela”, afirmou Pablo.

Após quatro dias a professora voltou a unidade de saúde reclamando das dores. Pablo disse que o quadro dela havia se agravado e ela não resistiu. A agressão aconteceu na tarde da última segunda-feira,11, quando o marido da paciente socou o rosto do médico, deixando um ferimento de três centímetros em uma das pálpebras. 

O médico ainda explicou que quando a paciente chegou sabia que tinha potencial de gravidade e seguiu o protocolo de dengue. Segundo ele, em um momento a paciente havia dito que tinha melhorado um pouco, dessa forma, ele optou por esperar a medicação acabar para analisar a situação e que como o quadro não havia melhorado, foi solicitado uma transferência para a emergência. 

“O acompanhante poderia ficar agitado, porque a paciente estava com dor. Com essa paciente, todas as vezes que o acompanhante me chamou, eu fui lá, nem que fosse para explicar que era preciso aguardar a medicação, ver se ela estava sentindo dor”, disse. 

Depois de duas horas, Nathali acabou falecendo e foi aí que o marido dela entrou no consultório e agrediu o médico, que estava em atendimento. Devido a agressão, foi registrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) pela Polícia Militar contra o marido da paciente. A Polícia Civil segue investigando a morte da professora.

Em nota, o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) repudiou a violência contra o médico afirmando que nada justifica a atitude registrada e lamentou que episódios assim sejam cada vez mais frequentes exigindo medidas para garantir a segurança dos profissionais da saúde. 

Pablo segue afastado de suas atividades profissionais para se recuperar do corte no rosto. De acordo com a defesa do marido de Cunha, Jhader de Melo, o cliente está arrependido pela agressão e que esta foi causada pelo descontrole após a perda da esposa.