Médicos realizaram com sucesso a retirada de um projétil de fuzil do corpo de um jovem baleado durante uma festa junina no bairro de Santo Amaro, no Rio de Janeiro. Herus Guimarães Mendes, um office-boy de 24 anos, foi alvejado durante uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na região. Os profissionais do Hospital Glória D’or conseguiram remover o projétil, que será utilizado em um confronto balístico com as armas dos policiais envolvidos na ação.

A Polícia Civil já iniciou o processo de oitiva dos 12 policiais militares do Bope que participaram da operação, com as armas deles sendo recolhidas para inspeção. A investigação busca esclarecer se o disparo que atingiu o jovem partiu de uma arma da PM. Além do rapaz falecido, o tiroteio resultou em cinco feridos, todos levados ao Hospital Souza Aguiar para atendimento.

Em decorrência dos acontecimentos, o governador Cláudio Castro tomou a decisão de exonerar o coronel Aristheu de Góes Lopes, comandante do Bope, e o coronel André Luiz de Souza Batista, do Comando de Operações Especiais, afastando ainda os 12 agentes das ruas. O secretário da PM, coronel Marcelo de Menezes, admitiu que houve descumprimento dos protocolos da corporação, determinando a retirada dos envolvidos para garantir a transparência nas investigações.

Segundo a versão da Polícia Militar, a ação do Bope foi uma resposta a informações sobre a presença de criminosos armados se preparando para um confronto na região. O corpo de Herus foi sepultado no Cemitério São João Batista, na presença de familiares e amigos. A Corregedoria Geral da PM assegurou total colaboração com as investigações, reafirmando seu compromisso com a transparência dos fatos.

O Ministério Público do RJ foi comunicado previamente sobre a operação e seus peritos realizaram uma perícia independente no corpo do jovem no Instituto Médico Legal. A busca pela elucidação dos fatos continua em andamento, com a promessa de transparência e cooperação por parte das autoridades responsáveis.