Última atualização 22/08/2023 | 09:20
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que no triênio 2023 -2025 o Brasil terá 704 mil casos novos de câncer em cada ano.
Para as mulheres, a maior incidência para 2023 ainda é o câncer de mama com projeção de 73.610 casos, seguido de cólon e reto com 23.660 e colo de útero com 17.010 casos.
Entre os homens a próstata é velha conhecida. São 71.730 casos projetados da doença para 2023, seguido de cólon e reto com 21.970 e traqueia, brônquio e pulmão com 18.020.
Mas o que todos essas pessoas que virão a ter o diagnóstico têm em comum? Elas precisam de atendimento nutricional adequado.
A nutricionista especialista em nutrição oncológica e CEO do Meeting de Nutrição Oncológica, Marcela de Paula, destaca que o estado nutricional de um paciente oncológico faz toda diferença no resultado final do tratamento. “Por isso é indispensável o acompanhamento. As terapias tradicionais são agressivas e essa assistência ao paciente faz com que os impactos da quimio e radioterapia sejam reduzidos. Dessa forma conseguimos melhorar a qualidade de vida e evitar a interrupção do tratamento.”
Em qualquer parte do corpo os cânceres afetam a rotina alimentar do paciente, mas os cânceres de cabeça e pescoço exigem atenção especial dos profissionais que estão em atuação.
Marcela lembra que neste ano estão previstos 2 mil novos casos para Goiás nesta região do corpo e que a mucosite (inflamação da mucosa) prejudica a deglutição. “Às vezes a pessoa até se alimenta bem, tem apetite, mas continua comendo alimentos que naquele momento são prejudiciais, porque vão irritar ainda mais a muscosa e isso vai levá-la a sentir dor. É preciso evitar café, chocolate, frutas cítricas, pimenta, alimentos condimentados e temperos industrializados, por exemplo. E nem sempre se sabe disso.”
Ao contrário de um paciente que quer perder ou manter o peso, a nutrição aplicada à oncologia é quase obrigatória para quem vai iniciar ou já está em tratamento. A nutricionista e CEO do Meeting de Nutrição Oncológica, Marcela de Paula, reforça que o ideal é fazer uma avaliação antes do tratamento. “Estudos mostram que a incidência de desnutrição nos pacientes oncológicos varia de 22% até 80%, e por essa razão o suporte nutricional é extremamente importante”.
Além de auxiliar em uma resposta mais rápida e positiva aos vários tratamentos e intervenções, ter um nutricionista por perto durante esse momento da vida evita o desenvolvimento da Síndrome Multifatorial. “Essa síndrome, também conhecida como caqueixa, é a perda de peso e de massa muscular e atinge 80% dos pacientes com câncer avançado. A única forma de reverter esse quadro é elaborar uma dieta com as quantidades de nutrientes, vitaminas e calorias e isso só vai acontecer se essa pessoa estiver acompanhada por um nutricionista especializado no assunto.
Comunicação e qualificação profissional
A comunicação também é fator preponderante durante este período. E para que isso aconteça é importante que profissionais estejam aptos a lidar com esses cenários. Diante dos desafios impostos, um evento exclusivo para tratar do tema será realizado nos dias 02 e 03 de setembro em Goiânia.
O 2º Meeting de Nutrição Oncológica que reunirá nutricionistas como Roberta Carbonari, Thiago Fofo, Thiago Barros, Aline Davi e médicos oncologistas, endócrinos e equipe multidisciplinar. Serão mais de 15h de evento durante 2 dias em Goiânia.