A megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio, nesta terça-feira (28), foi realizada com base em um planejamento de 60 dias e contou com a estratégia chamada “Muro do Bope”. Essa tática foi utilizada na área de mata próxima às favelas, onde outros batalhões se posicionaram nas entradas das comunidades e foram avançando para empurrar os traficantes em direção a uma região sem moradias, conhecida como rota de fuga dos criminosos. Chegando à área de mata, os criminosos se depararam com um paredão formado por agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
O secretário de Polícia Militar, Marcelo Menezes, explicou que a ação foi meticulosamente planejada com base em informações de inteligência e cenários analisados. O comandante da PM enfatizou que aqueles que decidiram se render foram presos durante a operação. Marcelo ainda ressaltou a importância de proteger as pessoas de bem da comunidade, principalmente durante os confrontos que ocorreram na área de mata, onde a tropa estava estrategicamente posicionada para conter os criminosos.
A megaoperação resultou em 119 mortos, sendo 115 suspeitos de serem traficantes e quatro policiais militares e civis. Com 113 pessoas presas e 118 armas apreendidas, o impacto dessa operação foi considerado o maior golpe na história do Comando Vermelho, de acordo com o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi. Para ele, a estratégia de levar o confronto para a área de mata teve o objetivo de preservar vidas inocentes, embora a alta letalidade tenha sido previsível, mas não desejada.
O secretário de Segurança Pública, Victor Santos, ressaltou que todos os mortos que não eram policiais eram criminosos e que a decisão de deslocar o confronto para a área de mata foi feita para diminuir o risco de vítimas inocentes. Santos também defendeu a escolha de não utilizar aeronaves durante a operação, a fim de proteger os policiais que estavam na área de mata. Ele destacou que a operação teve um impacto significativo nas lideranças e no armamento do Comando Vermelho.
Durante os intensos confrontos, vídeos gravados pelas câmeras corporais de agentes feridos foram exibidos pelo secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, que criticou o governo federal e a visão de que traficantes podem ser vistos como vítimas de usuários. Curi argumentou que a polícia atua para preservar a segurança da população e enfrenta desafios específicos em áreas conflagradas, destacando a importância do trabalho de inteligência para evitar confrontos.
Nesta quarta-feira, familiares e parentes realizaram buscas na mata em busca de mais corpos, enquanto as polícias Civil e Militar explicaram que não puderam ajudar devido à falta de informações sobre a localização dos corpos baleados durante a operação. Os procedimentos para a retirada dos corpos foram analisados pelo delegado subsecretário de planejamento da Polícia Civil, que destacou a necessidade de seguir protocolos para identificação e liberação dos corpos. Contudo, os familiares optaram por retirar os corpos antes da ação das autoridades.




