Megaoperação no Complexo do Alemão: MPF cobra explicações do governo do Rio

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Eles questionam, por exemplo, se as medidas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da ADPF 635, a ADPF das Favelas, foram cumpridas. O Ministério Público da União (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU) enviaram um ofício ao governo do Rio com questionamentos sobre a megaoperação no Complexo do Alemão e Vila Cruzeiro que teve ao menos 60 mortos — a mais letal da história do Rio. O ofício, endereçado a Cláudio Castro (PL), é assinado pelo procurador Julio José de Araújo Júnior e do defensor público Thales Arcoverde Treiger.
A megaoperação das polícias Civil e Militar nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio, resultou na morte de quatro policiais e oito agentes feridos. Segundo a Polícia Civil, 56 suspeitos foram mortos, incluindo dois da Bahia, e quatro moradores foram atingidos. O objetivo da ação era cumprir mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV), muitos deles de fora do Rio, escondidos nas favelas, identificadas como bases do projeto de expansão territorial do CV. A operação contou com a prisão de 81 pessoas e a apreensão de 42 fuzis.
O documento emitido pelo MPF e DPU solicita ao governo do Rio informações detalhadas sobre a operação, incluindo o cumprimento das diretrizes constitucionais sobre buscas pessoais e domiciliares. Além disso, o ofício cobra a atuação dos órgãos periciais, o uso de câmeras corporais e nas viaturas, a definição do grau de força adequado e a presença de ambulâncias durante a operação. Os órgãos ainda pedem que o governo apresente um relatório detalhado da ação, indicando a finalidade da operação e os custos envolvidos.
O governador Cláudio Castro admitiu que o estado teve sua capacidade de combater o crime ultrapassada durante a megaoperação e revelou que pedidos de blindados das Forças Armadas foram negados. A ação policial levou ao fechamento de importantes vias, como as Linhas Amarela e Vermelha, além da Avenida Brasil, causando transtornos no transporte público da cidade. A presença de 2,5 mil policiais e promotores do Gaeco/MPRJ na operação evidenciou a intensidade das medidas tomadas para combater o crime nos complexos da Penha e do Alemão.
A cobrança por explicações sobre a operação é uma medida importante para garantir a transparência e a legalidade das ações policiais no Rio de Janeiro. O MPF e a DPU buscam verificar se as diretrizes constitucionais e as determinações do STF foram seguidas durante a megaoperação, em meio a um cenário de violência que resultou em um grande número de mortes. A resposta do governo do Rio às solicitações dos órgãos será fundamental para esclarecer os detalhes e as circunstâncias da ação policial nos complexos do Alemão e da Penha.

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