Após a megaoperação no Rio de Janeiro, que resultou na morte de 121 pessoas, entre suspeitos e agentes, o governador Cláudio Castro entregou ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, um documento justificando a ação. O texto de 26 páginas enumera argumentos para o “uso proporcional da força”, admitindo a desvantagem no armamento da polícia em relação aos bandidos. Castro destacou que o Comando Vermelho enfrentou as forças policiais com armas de uso restrito e táticas típicas de guerrilha urbana, colocando as capacidades técnicas e os armamentos das forças policiais em desvantagem.
Durante a megaoperação, os criminosos ainda usavam roupas camufladas e lançaram granadas contra os policiais usando drones. O governador mencionou que a atuação policial foi limitada ao grupo criminoso, sem notícias de óbitos de pessoas não ligadas à organização narcoterrorista. O documento descreve a elevada capacidade bélica dos suspeitos, com fuzis automáticos de uso militar e armas de alta potência, em contraste com os equipamentos utilizados pelos policiais, como fuzis e pistolas semiautomáticos.
O consultor de segurança e especialista em armamento, Rildo Anjos, explicou a diferença entre armas automáticas e semiautomáticas, destacando a letalidade dos fuzis automáticos, como o 7,62, em comparação com os semiautomáticos, como o 5,56. Ele ressaltou que armas como a .50 e a .30, não disponíveis para as polícias, colocam os criminosos em vantagem com danos colaterais maiores. A dificuldade na realização da perícia também foi citada, devido à descaracterização de corpos e a área de mata de difícil acesso onde ocorreram os confrontos.
O governo destacou que o Comando Vermelho utiliza equipamentos semelhantes aos usados em guerras, como armas de longo alcance, minas terrestres e granadas, que não são autorizados para uso policial. Estima-se que haja entre 800 e mil fuzis em posse dos traficantes nos complexos do Alemão e da Penha. O Palácio Guanabara pede que esses grupos criminosos sejam classificados como terroristas e ressalta que as ações das forças de segurança seguem um planejamento inteligente e respeitoso à lei, visando reduzir os riscos à população e às equipes policiais.
Mesmo com as limitações enfrentadas, as forças de segurança do Estado atuam de forma proporcional e necessária, com medidas que buscam proteger tanto os policiais quanto os moradores das áreas afetadas pelas operações policiais. A busca por maior segurança e controle das organizações criminosas que atuam nas favelas do Rio de Janeiro continua sendo uma prioridade para o governo, visando garantir a tranquilidade e a proteção da população local.




