Meio Ambiente discute mudanças climáticas em Goiás

A Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad) mobilizou especialistas para o Painel de Enfrentamento à Mudança Climática em Goiás. O encontro, primeiro realizado em conjunto com a sociedade civil, foi realizado na última semana e contou com a presença da secretária Andréa Vulcanis, especialistas da Semad, além de representantes dos primeiro, segundo e terceiro setores.

“No início do ano, com a última reforma administrativa, criamos a Gerência de Mudanças Climáticas da Semad, para termos um lugar com especialistas que pudessem planejar as próximas ações do Estado”, explicou a secretária Andréa Vulcanis.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

O grupo da pasta, desde sua criação, tem visitado outros governos estaduais para avançar na elaboração de estratégias para o tema. “A reunião com representantes da sociedade civil, inclusive, é uma forma de darmos mais um passo”, disse Vulcanis.

De acordo com dados do Sistema de Estimativas de Gases de Efeito Estufa (Seeg), Goiás emitiu 90 MtCO2e por ano de 2010 a 2021, com grande protagonismo do setor de agricultura e mudança de uso do solo.

No entanto, o Estado liderou a preservação ambiental entre os entes do Centro-Oeste, apresentando resultados expressivos de reduções de emissões provenientes do desmatamento. Isso confere a Goiás a possibilidade de receber pagamentos por resultados ou gerar créditos de carbono.

A concentração de esforços e recursos nacionais e internacionais para a proteção do bioma Amazônico nos últimos anos vem expondo as vulnerabilidades do Cerrado. Isso exige capacidades adaptativas dos órgãos ambientais e joga luz à necessidade de um melhor pacto federativo para o sucesso das políticas climáticas.

ALERTAS DE DESMATAMENTO

Em resposta a esses desafios, a Semad planeja investigar 80% dos alertas de desmatamento no Cerrado goiano até o fim do ano, ultrapassando a meta federal de fiscalizar 30% das áreas desmatadas ilegalmente na Amazônia Legal.

A mudança de estratégia consiste na modernização do licenciamento, regularização e fiscalização ambiental. Para promover um olhar mais atento da comunidade global para o bioma, Goiás vem se articulando no âmbito da Abema, Governadores pelo Clima, Rede Internacional Iclei e Under2Coalition.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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