O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o mês de setembro poderá ser um “bom momento” para uma reavaliação da meta fiscal do governo. Segundo o ministro, a expectativa é que haja uma recuperação da arrecadação e da atividade econômica, conjuntamente, nos próximos meses, o que aliviaria as contas.
“[Após o período de recuperação] aí poderemos avaliar qual é o resultado e decidir onde e quando haverá ou não uma mudança da meta. Não há um prazo definido, vamos analisar. Certamente no relatório bimestral fiscal de setembro será um bom momento para nós avaliarmos essa situação”, disse, no final da noite de ontem (7), o ministro após participar de evento na Sala São Paulo, no centro da capital paulista.
Atualmente, a meta fiscal para 2017 é de um déficit primário de R$ 139 bilhões. No primeiro semestre, o resultado ficou negativo em R$ 56,092 bilhões, segundo dados divulgados em julho pelo Tesouro Nacional. O déficit primário é o resultado negativo nas contas do governo desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública.
Refis
Meirelles voltou a dizer que o governo busca uma alternativa para o atual projeto que trata do parcelamento de débitos tributários, o Refis. De acordo com o ministro, a estratégia será discutida em uma reunião, na quarta-feira (10), na casa do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.
“Nós estamos discutindo este assunto, qual é a alternativa, exatamente porque este relatório atual não é um relatório adequado, não é um relatório que serve ao país, porque ele é excessivamente permissivo, generoso com devedores, isto incentiva inclusive empresas a não pagar imposto, o que é péssimo para a população como um todo”.
Mais cedo, em Brasília, Meirelles, disse que o governo articula a apresentação de um novo relatório na Câmara dos Deputados modificando o projeto do Refis. A ideia, segundo o ministro, é que o novo entendimento seja apresentado por um deputado da base aliada ao governo.
Reformas
O ministro da Fazenda voltou a dizer que o governo pretende realizar as principais reformas, entre elas a previdenciária, até o final do ano. Meirelles ressaltou que não vê a reforma política como empecilho no processo e prevê que ela seja votada dentro de um pouco mais de 30 dias.
“Não acredito que reforma política vá atrapalhar o calendário do governo. O que nós esperamos é que, até este ano, nós concluamos o ciclo de reformas”, disse. “A reforma política ela tem prazos importantes e relativamente curtos para ter validade em 2018. Ela deverá ser decidida rapidamente e ser votada nos próximos pouco mais de 30 dias”, disse.