Cai número de pessoas em situação de pobreza e extrema pobreza na região de
Piracicaba; entenda
Retorno de atividades após pandemia e volta dos principais programas sociais do
governo federal, a partir de 2023, contribuíram para a melhora do cenário, disse
estudo da USP.
1 de 2 Pessoa segura cartão do programa social ‘Bolsa Família’ — Foto: ROBERTA
ALINE/MDS via DE
Pessoa segura cartão do programa social ‘Bolsa Família’ — Foto: ROBERTA
ALINE/MDS via DE
O número de pessoas em situação de pobreza e extrema pobreza caiu nas cidades da
Região Metropolitana de Piracicaba
(DE), segundo estudo do Observatório da Região Metropolitana de Piracicaba, projeto vinculado
à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo
(Esalq/USP).
No primeiro levantamento realizado pelo Observatório, em 2022, havia 219.115
moradores da RMP (13,77% da população) que estavam registrados no CadÚnico na
situação de pobreza e extrema pobreza. Já em maio de 2025, o número caiu para
151.583 pessoas (ou 9,98% da população). Os dados referem-se aos 24 municípios
que compõem a RMP.
POBREZA E EXTREMA POBREZA NA RMP
Elias Fausto (SP), Mombuca (SP) e Charqueada (SP) são as cidades da Região
Metropolitana de Piracicaba (DE), e que integram a cobertura do DE Piracicaba e
Região, que registraram a maior parcela da população em situação de pobreza e
extrema pobreza em 2025.
Por outro lado, os municípios da RMP com menor proporção de pessoas em situação
de vulnerabilidade social, e que também fazem parte da cobertura deste DE, são:
Cordeirópolis (SP), Saltinho (SP) e Rio das Pedras (SP).
Confira abaixo os dados das cidades da RMP que fazem parte da área de cobertura
do DE Piracicaba. O estudo completo contempla também outros municípios.
Percentagem de pessoas vivendo em situação de pobreza ou extrema pobreza na RMP
– Comparativo entre 2022 e 2025
Município Extrema pobreza e pobreza em 2022 Extrema pobreza e pobreza em 2025 Elias Fausto 30,21% 20,04% Mombuca 25,66% 17,30% Charqueada 21,88% 16,00% Capivari 23,49% 14,90% Rafard 20,71% 14,03% Limeira 15,67% 12,55% São Pedro
18,70% 12,53% Ipeúna 16,18% 10,09% Piracicaba 10,49% 7,23% Iracemápolis 9,03%
5,93% Águas de São Pedro 10,97% 5,58% Rio das Pedras 8,28% 4,25% Saltinho 6,68%
3,27% Cordeirópolis 9,61% 1,48%
Fonte: Observatório da Região Metropolitana de Piracicaba
deslize para ver o conteúdo
MOTIVOS PARA CENÁRIO POSITIVO
O número de pessoas em situação de vulnerabilidade social diminuiu pela passagem
da situação mais crítica vivida na pós-pandemia e pela retomada dos principais
programas sociais do governo federal a partir de 2023, explicou o estudo da USP.
“Em 2020, a situação se agravou devido à crise sanitária provocada pela pandemia
e às medidas de lockdown impostas à população, além da condução da política
econômica”, informa a Profa. Eliana Tadeu Terci, do Departamento de Economia,
Administração e Sociologia da Esalq/USP, e uma das autoras do estudo.
> “Estavam em vigor a Emenda Constitucional do Teto de Gastos, que reduziu
> recursos para as áreas de Saúde e Educação; a reforma trabalhista, que
> flexibilizou o mercado de trabalho; e o próprio lockdown, que contribuiu para
> a queda no nível de emprego”, complementa a professora.
2 de 2 Agricultura familiar — Foto: Divulgação/ Sesc de Piracicaba
Agricultura familiar — Foto: Divulgação/ Sesc de Piracicaba
Além disso, o documento citou medidas municipais pontuais, como:
* Programas de emprego e inclusão produtiva.
* Promoção de cursos profissionalizantes.
* Preparação de jovens para o mercado de trabalho.
* Incentivo à hortas comunitárias e à produção artesanal.
* Fortalecimento da agricultura familiar na região de Piracicaba, como o
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que promove a compra de alimentos
dos agricultores familiares para a merenda escolar.
* Programas paliativos de doação de alimentos, apoio psicológico e assistência
à saúde das famílias.
CADÚNICO E DEFINIÇÕES
O CadÚnico é um registro que identifica e caracteriza as famílias de baixa renda
no Brasil. Ele é a principal porta de entrada para programas sociais do governo
federal, como o Bolsa Família, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e
outros.
“Considera-se a população pobre ou vulnerável à pobreza aquela que ingressou na
faixa de renda familiar mensal por pessoa de até R$ 218 e, ao longo de 24 meses,
não ultrapassou o limite de meio salário-mínimo por mais de 2 trimestres
consecutivos. […] Considera-se população de baixa renda aquela que se mantém,
ao longo de 24 meses, com renda familiar mensal por pessoa de até meio
salário-mínimo”, escreve o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social,
Família e Combate à Fome.