Membro da Yakuza confessa que tentou traficar material nuclear
Um japonês que faz parte da Yakuza tentou traficar material para a produção de armas nucleares, mas foi pego. Um membro da Yakuza, a maior e mais conhecida máfia japonesa, confessou que tentou vender material nuclear para a produção de armas de destruição em massa. A revelação foi feita pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos nesta quinta-feira (9/1).
O homem foi identificado como Takeshi Ebisawa, natural do Japão. Além da acusação de contrabando de materiais como urânio e plutônio, elementos que compõem uma arma nuclear, o japonês se declarou culpado de outras cinco acusações, entre elas tráfico internacional de drogas e crimes relacionados a armas de fogo.
Em 2019, o Drug Enforcement Administration (DEA) designou um agente secreto para se infiltrar no ciclo de Ebisawa, na época investigado por tráfico de drogas e armas em grande escala. Um ano depois, o membro da Yakuza revelou ao investigador disfarçado que tinha acesso a uma grande quantidade de material nuclear, que queria vender.
Como parte das investigações, o agente da DEA concordou em ajudar Ebisawa a traficar seu material para um outro investigador dos EUA, que se passou por um general do Irã. Durante a falsa negociação, o japonês ainda tentou fornecer plutônio para o suposto militar iraniano, sob a justificativa de que a substância era ainda mais “poderosa” do que o urânio na fabricação de armas.
O material nuclear, segundo o Departamento de Justiça dos EUA, estava sob o domínio de um líder rebelde de Mianmar. Em uma chamada de vídeo, um outro membro do ciclo de Ebisawa disse ao associado da DEA que o homem tinha disponível cerca de 2.000 quilos de Tório-232, e mais de 100 quilos de urânio.
Em uma das conversas interceptadas por investigadores, o membro da Yakuza chegou a sugerir que a venda das substâncias nucleares, por parte do líder rebelde de Mianmar, seria uma forma de financiar a compra de armas para insurgentes que lutam na guerra civil do país.
Um tribunal local ainda deve determinar a pena do membro da Yakuza, que pode pegar prisão perpétua pelos crimes. A situação gerou grande repercussão nos meios de comunicação, alertando para os perigos do tráfico de material nuclear e a necessidade de combater organizações criminosas como a Yakuza.