Membros de empresa de armazenamento de grãos são presos por causarem prejuízo de R$ 20 milhões a produtores de Goiatuba

A Polícia Civil desarticulou nesta quinta-feira (28), uma organização criminosa composta por proprietários e gerentes do Grupo JR, que atua no ramo de armazenagem e comércio de grãos, suspeita de ter causado um prejuízo calculado em R$ 20 milhões a produtores rurais da região polarizada por Goiatuba. Ao todo, cinco pessoas foram presas no âmbito da Operação Ouro Verde. O grupo atuaria por meio de desvio de soja dos produtores.

O desvio da soja aconteceu em 2016. Desde então, a Polícia Civil realiza investigações sobre o crime. Participaram da Operação Ouro Verde as delegacias de Vicentinópolis, Pontalina, Piracanjuba e a 8ª Delegacia Distrital de Polícia (DDP) de Goiânia, por meio de informações colhidas pela Gerência de Operações de Inteligência (GOI) da PCGO.

Foram cumpridos mandados de prisão preventiva em desfavor de Sebastião Luiz Oliveira Júnior, 45 anos; Vera Lúcia Vieira Silva Oliveira, 44 anos; Ueslei dos Santos 36 anos; Hugo César Camilo de Sousa, 34 anos, e Dalario Alves Silva, 37 anos. Os dois primeiros eram sócios proprietários do Grupo JR. Os demais eram funcionários e ex-funcionários da empresa.

Os mandados foram cumpridos em Joviânia, Vicentinópolis e Goiânia, onde residiam os proprietários da empresa. Foram confeccionados dois Inquérito Policiais. O primeiro apurou o crime de apropriação indébita qualificada e falsidade de documentos. O Grupo JR era responsável por transportar a soja de determinado produtor rural até a sede de uma empresa multinacional. Entretanto, a empresa desviaria a soja por meio da venda dos grãos desviados para empresa diversa.

Para realizarem o crime, os responsáveis pela empresa falsificaram as notas ficais, alterando o destino final da soja e o nome de seu proprietário, emitindo nota em nome da empresa JR. Ao total foram desviados 1.259.541 quilos da commodity (cerca de 26 caminhões carregados). O prejuízo indicado pelas vítimas é estimado em R$ 1.679.388,00.

No segundo inquérito, também foi apurado o crime de apropriação indébita, estelionato e associação criminosa. Neste, o Grupo JR era responsável por armazenar a soja de produtores rurais, além de terem adquirido soja por meio de contratos de compra e venda. Ocorre que os responsáveis pela empresa comercializaram as sacas de soja sem autorização dos produtores com os quais ela possuía somente o contrato de armazenamento, o que configura apropriação indevida do valor.

Já em relação ao contrato de compra e venda, a empresa realizava o comércio dos grãos e não repassava o valor para os produtores. Essa conduta configura crime de estelionato. Quando os produtores perceberam que não havia mais soja armazenada nos armazéns do Grupo JR e buscaram explicações desse fato, foram informados pelos representantes deste que a empresa estaria em fase de preparação para realizar recuperação judicial e que, por conta disso, não haveria dinheiro para pagar os contratos de compra e venda e que não havia mais soja nos armazéns para que aqueles que haviam apenas depositado os grãos pudessem retirá-los.

O prejuízo total causado aos produtores rurais de Vicentinópolis-GO e região, está próximo dos 20 milhões de reais. Os presos foram recolhidos à Unidade Prisional de Pontalina, onde se encontram à disposição da Justiça.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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