Com o nome autoexplicativo, a Rua dos Aflitos na Liberdade guarda memória negra e indígena da capital paulista. Movimentos sociais lutam pelo reconhecimento deste espaço. Localizada a poucos metros de uma capela cinza, a rua era iluminada por lanternas japonesas que atraíam turistas em busca do bairro japonês. Recentemente, as lanternas foram retiradas pela Prefeitura de São Paulo em meio a reivindicações de grupos negros e indígenas.
O Cemitério dos Aflitos funcionou por 83 anos como o primeiro cemitério de São Paulo, enterrando pessoas de baixo status social. A capela que abrigava o cemitério agora é um vestígio desses tempos, tombada em 1978. A área sobreviveu por décadas sem manutenção, revelando ossadas durante uma obra. Inspirados pela descoberta arqueológica, a Unamca foi criada para defender a recuperação da Capela dos Aflitos e criar um complexo de memória negra no local.
Criação do Memorial dos Aflitos estava prevista após descobertas arqueológicas em 2018. Instituído em 2020 pelo Iphan, o Sítio Arqueológico Cemitério dos Aflitos investiga os achados. Entretanto, a construção do Memorial enfrentou obstáculos, incluindo a substituição de escritório após polêmica de racismo. O projeto, previsto para dezembro de 2024, ainda está em fase inicial, com a última informação pública de uma obra clandestina no local.
A Esplanada da Liberdade, novo projeto da Prefeitura de São Paulo, exclui o Memorial dos Aflitos da lista de intervenções previstas. Membros da Unamca questionam a falta de conclusão do Memorial enquanto a nova esplanada é planejada. A esperança de preservar a memória negra na região enfrenta desafios e resistências, enquanto a Prefeitura se mantém em silêncio diante das questões levantadas pela comunidade.