Menina de 3 anos morre e é terceira vítima de envenenamento no Piauí

Morreu na madrugada desta segunda-feira, 6, a terceira vítima de envenenamento de uma família na cidade de Parnaíba, no norte do Piauí. Lauane da Silva, de três anos, estava internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT), desde a última quarta-feira, 1º, após comer arroz envenenado com uma substância tóxica.

De acordo com o laudo da Polícia Científica do Piauí, foi confirmada a presença de terbufós, um pesticida tóxico, conhecido como “chumbinho”, no organismo das vítimas.

Chumbinho

O delegado Abimael Silva, responsável pela investigação do envenenamento, confirmou à Agência Brasil que a substância foi encontrada na comida.

“O laudo confirmou que no arroz foi encontrada a substância ativa, o terbufós, que pode ser encontrada no chumbinho também,” disse Silva.

Substância agrotóxica, o terbufós tem a comercialização proibida no Brasil para uso doméstico.

Ela tem o uso permitido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aplicação em lavouras de cana-de-açúcar, amendoim, feijão, entre outras, como forma de controle pragas, como ratos.

O veneno age paralisando o sistema nervoso, causando a morte rápida das pragas. Quando utilizado de forma errada, o veneno pode matar também seres humanos e animais.

O arroz envenenado foi consumido pela família durante o almoço e foi feito com sobras do Réveillon.

Envenenamento

No total, nove pessoas da família foram afetadas pelo veneno. Ao passarem mal, as vítimas foram levadas para o Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda).

O primeiro óbito foi de Manoel Leandro da Silva, de 18 anos, que morreu ainda na ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A segunda, Igno Davi da Silva, 1 ano e 8 meses, morreu pouco depois de dar entrada no hospital.

Seguem internadas: Francisca Maria da Silva, 32 anos (mãe de Lauane e Igno Davi) – internada no Hospital Dirceu Arcoverde (Heda), em Parnaíba; e a irmã de Lauane, de 4 anos (filha de Francisca Maria), internada no Hospital de Urgência de Teresina.

Receberam alta: Francisco de Assis Pereira da Costa, 53 anos (padrasto de Manoel e Francisca); uma criança de de 11 anos (filho de Francisco de Assis); uma adolescente de 17 anos (irmã de Manoel) e Maria Jocilene da Silva, 32 anos.

Investigação

O envenenamento teria acontecido na quarta-feira, 1º. “Policiais civis estiveram no local e foram apreendidos alimentos ingeridos pela família, que estão sendo analisados por peritos para conclusão de laudos”, disse nota da Polícia Civil.

Entre os alimentos que passaram por exame toxicológico estão um baião de dois – prato típico nordestino feito com arroz e feijão pela própria família – e peixes que eles tinham recebido como doação no dia 31.

O delegado confirmou ainda que essa mesma família teve o caso de duas crianças mortas por envenenamento em agosto de 2024, após terem consumido cajus envenenados.

“A princípio, não estamos relacionando [o caso atual] com o envenenamento de agosto de 2024, até porque a gente precisa da confirmação dos laudos. Depois que tiverem os laudos, a gente vai poder trabalhar em cima dessas hipóteses”, explicou Abimael Silva.

A suspeita de ter entregue os cajus contaminados no ano passado está presa, segundo o delegado.

O inquérito tem prazo de 30 dias para ser concluído, podendo ser prorrogado caso haja necessidade.

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Fraudes contra MEIs: golpes mais comuns e como se prevenir

Microempreendedores Individuais (MEIs) são frequentemente alvos de fraudes, que vão desde cobranças indevidas até sites falsos. A falta de informação sobre os procedimentos oficiais facilita a ação dos golpistas, tornando essencial a conscientização sobre essas práticas e as formas de proteção.

Cobranças fraudulentas
O Portal do Empreendedor, plataforma oficial para serviços relacionados a MEIs, não envia cobranças por e-mail ou correspondências. Boletos recebidos por e-mail ou redes sociais devem ser tratados com desconfiança. Associações privadas só podem cobrar por serviços previamente solicitados pelo empreendedor.

Para evitar problemas, confirme a autenticidade de qualquer cobrança antes de realizar pagamentos. Desconsidere boletos ou notificações de entidades às quais não esteja filiado, já que a inscrição como MEI não implica associação automática a sindicatos ou outras organizações.

Proteção de dados pessoais
É importante desconfiar de mensagens com links enviados por remetentes desconhecidos e, mesmo que o remetente seja familiar, verificar sua autenticidade. Dados pessoais e financeiros nunca devem ser compartilhados em resposta a mensagens ou chamadas suspeitas. No ambiente virtual, tenha cautela ao divulgar informações relacionadas a serviços governamentais.

Sites falsos
Muitos MEIs acabam acessando sites fraudulentos que imitam páginas oficiais, como o Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples Nacional – MEI (PGMEI). Essas páginas podem resultar em perdas financeiras e outras complicações legais.

A guia Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) deve ser gerada apenas nos sites oficiais do Governo Federal ou do Simples Nacional. Antes de pagar, confirme se o CNPJ do destinatário é 00.394.460/0058-87. Evite confiar cegamente em resultados de buscas na internet, pois termos como “PGMEI” ou “DAS MEI” podem levar a links patrocinados e sites fraudulentos. Use sempre o aplicativo oficial MEI.

Declarações Anuais falsas
Outra fraude comum envolve e-mails solicitando retificação da Declaração Anual de Faturamento (DASN-SIMEI). Esses pedidos são falsos e devem ser ignorados. A retificação e o preenchimento da DASN-SIMEI só podem ser feitos no site oficial do Simples Nacional.

A entrega da DASN-SIMEI é obrigatória para todos os MEIs, inclusive aqueles que não tiveram receita em 2024. O prazo para envio da declaração termina em 31 de maio.

Como agir em caso de golpe
Se cair em um golpe, registre um boletim de ocorrência, que pode ser feito on-line em alguns estados. Os MEIs também contam com proteção garantida pelo Código de Defesa do Consumidor. Reclamações podem ser formalizadas no site consumidor.gov.br, da Secretaria Nacional do Consumidor.

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