Menino carioca de 9 anos sonha em ser médico após vencer câncer raro. A história emocionante de José Miguel Borges, o Miguelzinho.

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Menino carioca de 9 anos sonha em ser médico após se curar de câncer raro

José Miguel Borges, o Miguelzinho, esteve internado no Hemorio e ganhou alta médica após quase 3 anos lutando contra um tipo raro de leucemia.

Um menino, de 9 anos de idade, que ganhou alta do Hemorio nesta quinta-feira (6) após quase três anos lutando contra um tipo raro de leucemia, sonha em ser médico. A vontade de José Miguel Borges, o Miguelzinho, é ajudar outras crianças que passam pelo que ele enfrentou.

Miguel diz que sente como se tivesse nascido de novo. “É o fim de um ciclo e um recomeço, porque é como se eu tivesse nascido de novo. Mas não como um bebê, com nove anos mais maduro, mais sabido”, afirma o menino.

Foram 2 anos e 8 meses de uma rotina puxada com idas e vindas ao hospital, sentindo enjoos, dores de cabeça, falta de apetite. Aos 7 anos, veio o diagnóstico de leucemia mieloide aguda, um tipo raro em crianças.

“Esse subtipo específico do José Miguel, ele traz para a gente muita preocupação no diagnóstico inicial porque ele tem um risco muito aumentado de sangramentos importantes. O comprometimento da família com esse tratamento, de nunca faltar as consultas, de estar sempre aqui disponível para que o tratamento acontecesse no tempo certo”, disse a chefe do setor de pediatria do Hemorio, Daniela Leite.

“E, claro, essa grande disponibilidade desse menino tão incrível, além de comprometido o tratamento, sempre acreditando que esse desfecho ia ser positivo”, completa.

Nesta quinta, Miguelzinho voltou ao hospital só para se despedir. O ciclo da quimioterapia terminou e, com ele, a rotina de tomar até 18 comprimidos por dia. Neste momento, tudo o que ele quer é matar a saudade da escola e da comidinha da mãe.

“Porque agora, como eu cresci, estou ficando com muita fome! Até a minha mãe, quando eu como alguma coisa, ela fala: ‘gente, você já tá comendo outro prato?’ Eu gosto sabe de quê? Gosto de muito de macarrão, mas eu gosto de uma coisa mais chique: um peixinho com pirãozinho e um arroz”, conta Miguel.

Mesmo após a alta, o acompanhamento continua. A cura só é dita depois de 5 anos sem a doença. Filho único de mãe solo, Miguelzinho nunca esteve sozinho nessa jornada. “Muitas vezes eu corria para o banheiro, chorava, secava as lágrimas, voltava para ter ele, para abraçar. Mas Deus foi sustentando e a gente conseguiu passar por todo esse processo juntos”, disse a mãe, Rose Borges.

Além do apoio da família e dos médicos, Miguelzinho também encontrou força na internet e criou uma página para falar sobre o diagnóstico precoce da leucemia e incentivar a doação de sangue e medula óssea.

“É muito importante ser um doador porque você vai salvar vidas de pessoas, você vai ser um herói na vida delas”, conta o menino.

Como todo herói merece uma grande comemoração, Miguelzinho teve uma surpresa: super-heróis de verdade apareceram para celebrar o momento da alta com ele.

O menino sai do Hemorio cheio de planos. Depois de viver cada etapa do tratamento, Miguelzinho decidiu que quer ser pediatra e hematologista. “Eu penso em ser médico pediatra para cuidar de crianças. Eu quero ser médico porque eles cuidaram de mim”.

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