Menino libertado pela polícia estava há um mês amarrado dentro de tambor

Neste sábado, 30 de janeiro, o Brasil se comoveu com o estado de maus tratos em que vivia um garoto de 11 anos, em Campinas, São Paulo. Com pés e mãos acorrentadas dentro de um latão, o menino foi liberto pela Polícia Militar, que teve que romper as correntes com ferramentas especializadas.

Nas imagens, a criança, que está nua, aparece visivelmente desnutrida e magra. No entanto, os pés do garoto estavam em estado de inchaço, de tanto estar de pé. Segundo os agentes que o resgataram, ele mal conseguia se mexer quando foi solto das correntes e tirado do tambor.

A PM constatou que ele não comia há quatro dias, e que a última refeição havia sido cascas de banana e fubá cru. O delegado do caso, Daniel Vida, declarou que o menino estava no local, na mesma posição, há cerca de um mês. “Desde o começo de janeiro ele estava preso no tambor. Ele teria que ficar em pé nessa amarração”, contou.

O garoto mora com o pai, a namorada do pai e a filha da namorada. Todos estão presos sob custódia da polícia. Na delegacia, o pai contou que fez isso para “educar” o filho. Além das correntes, o tambor em que estava a criança era cercado com paredes de tijolos construídas na altura suficiente para abrigar o menor. Lá dentro, ele mal podia se mexer ou ver o lado de fora.

O Conselho Tutelar confirmou que já acompanhava denúncias de maus tratos anteriores sobre a família. Em vídeo do momento da chegada da polícia, vizinhos são flagrados chorando pela situação do garoto. O menino segue internado.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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