O Mercado de capitais brasileiro alcançou um novo marco, movimentando um recorde de R$ 152,3 bilhões no primeiro trimestre, um aumento de 12% em relação ao mesmo período de 2024, de acordo com informações divulgadas pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Mais uma vez, a renda fixa se destacou como impulsionadora desses recordes, com captações totalizando R$ 142,6 bilhões, registrando um crescimento de 20% em 12 meses. Em contrapartida, no segmento de ações, apenas uma operação foi registrada, envolvendo a Caixa Seguridade e movimentando R$ 1,2 bilhão.
Segundo Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima, o volume de ofertas do primeiro trimestre atingiu o maior patamar para o período na série histórica, indicando um ano promissor. Após um final de 2024 com algumas incertezas, os números demonstraram a força das captações, conforme comentou o diretor da Anbima, César Mindof.
No âmbito da renda fixa, as debêntures continuam a se destacar, batendo recordes em termos de valores. As operações com debêntures somaram R$ 103,8 bilhões, comparados aos R$ 72 bilhões registrados no mesmo período de 2024 e ao triplo dos valores captados nos primeiros três meses de 2023, que totalizaram R$ 37 bilhões. Apenas as debêntures foram negociadas em 126 operações.
Do total captado no primeiro trimestre, 45% corresponde a debêntures de infraestrutura, que isentam o investidor do imposto de renda, conforme determinado pela Lei 12.431 de 2012. Maranhão observa um aumento no prazo médio das debêntures, devido à participação crescente dos papéis de infraestrutura, que também impulsionam as operações indexadas pelo IPCA.
Em relação à utilização dos recursos provenientes das debêntures, destacam-se investimentos em infraestrutura, representando 42% do volume total, seguido por pagamento de dívidas (21%) e aplicações em caixa (19%). As captações por meio de CRA e CRI apresentaram queda no primeiro trimestre, devido às taxas de juros elevadas.
Enquanto os fundos de recebíveis permaneceram praticamente estáveis, as notas comerciais dobraram de volume, totalizando R$ 6,78 bilhões. O CRI registrou R$ 11 bilhões em captações, uma redução de 32% em 12 meses; já o CRA apresentou uma diminuição de 50%, alcançando R$ 5,9 bilhões.
Nesse contexto de um mercado em constante movimento e conquistando recordes, o primeiro trimestre do ano demonstrou a resiliência e a capacidade de adaptação do mercado financeiro e de capitais brasileiro. A diversificação dos investimentos e a busca por oportunidades transparecem a confiança e a segurança dos investidores, apesar dos desafios econômicos e contexto global.