Mercado de segurança privada em Goiás contraria tendência nacional de queda

O mercado de trabalho de segurança privada em Goiás se mantém estável, contrariando queda em nível nacional. A recuperação econômica no estado faz parte do conjunto de fatores que sustentam o segmento, que inclui poder de compra do serviço e nível de violência, e o coloca em 11º no ranking brasileiro de seguranças atuantes apontado no Anuário Brasileiro de Segurança Pública do ano passado.

“O setor cresce além da questão humana, ou seja, da vigilância armada. Existe ainda a escolta armada, guarda-costas e a parte eletrônica com alarmes, portarias remotas, câmeras…”, explica o presidente do Sindicato das Empresas do Setor de Segurança Privada (Sindesp-GO), Ivan Hermano.

Ele afirma que o setor viveu um aquecimento de forma geral, mas o momento pede mais profissionais em áreas especializadas voltadas para tecnologia e redes de informação.  As vagas mais promissoras são de vigilância armada, técnico de segurança eletrônica e monitoramento de alarme.

Ivan ressalta que a segurança privada pode ganhar espaço no estado, conforme a economia se fortalece já que mais indústrias e empresas na ativa e mais pessoas adquirem residências geram demanda pelos serviços desse mercado.

Em junho, mais goianos realizaram o sonho de trabalhar com carteira assinada. A maioria começou a trabalhar no setor de serviços, no qual a segurança privada está inserida. A população em empregos formais superou a média registrada em todo o País com aumento de 0,90% no estado contra 0,67% no total nacional, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foram divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência.

Novos horizontes

A clientela é formada pelos setores público e privado. Uma das frentes em ascensão está relacionada à construção civil, especialmente nos empreendimentos voltados ao lazer.  “Novos condomínios horizontais vêm aparecendo porque as pessoas têm buscado viver com mais segurança e nos de lazer, que antes eram simplesmente chácaras já há cercas cercas e segurança humana e eletrônica. É uma demanda das pessoas que compram esses imóveis”, aponta.

Um dos obstáculos para o crescimento da segurança privada são as empresas irregulares que prestam o serviço. O presidente do Sindesp-GO chama atenção para o risco dessa contratação e orienta os interessados a pesquisar a credibilidade do prestador. Ivan destaca que o funcionamento depende de aval da Polícia Federal. 

A clandestinidade pode ocasionar dores de cabeça como problemas de funcionamento dos equipamentos, pessoal despreparado, má prestação de serviço e responsabilidade fiscal e criminal em caso de sinistro.

“As irregulares colocam em risco pessoas que as contratam sem saberem disso. Quem quiser informações das empresas sérias pode consultar uma lista das empresas autorizadas no site do Sindesp. É importante verificar a existência disso antes de uma contratação”, alerta. 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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