Mercado prevê PIB de 2,24% este ano

O mercado financeiro está mais otimista com relação à economia brasileira. Em uma semana, a expectativa de crescimento projetada para o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos bens e serviços produzidos no país) passou de 2,19% para 2,24%, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 17, pelo Banco Central.

Há quatro semanas, a expectativa das instituições financeiras consultadas pelo BC para a elaboração do relatório semanal com os principais indicadores econômicos era de o ano fechar com um crescimento de 2,14% do PIB. Para 2024 e 2025, a expectativa de crescimento está em 1,3% e 1,88%, respectivamente.

Já a previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), considerado a inflação oficial do país, se manteve estável em 4,95%. Há quatro semanas, a expectativa era de que 2023 fechasse com uma inflação de 5,12%. Para 2024 e 2025, a inflação projetada pelo mercado está em 3,92% e 3,55%, respectivamente.

A projeção para a inflação de 2023 se mantém acima da meta para o ano, definida em 3,25% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Com a margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será considerada cumprida caso oscile entre 1,75% e 4,75%.

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado e é a maior desde janeiro de 2017.

Selic e câmbio

Tanto taxa básica de juros como câmbio de mantiveram estáveis, segundo o boletim Focus desta semana. No caso da Selic, a expectativa é de que feche o ano com uma taxa de 12%. O mesmo percentual foi projetado há uma semana pelo mercado. Há quatro semanas, a expectativa era de que 2023 fechasse com uma Selic a 12,25%. A projeção da Selic se mantém também estável para 2024 em 9,5% e 2025, 9%.

Com relação ao câmbio, a previsão é a mesma há quatro semanas, de que o dólar feche o ano com uma cotação de R$ 5. Para 2024 e 2025, a expectativa do mercado é de que a moeda norte-americana feche o ano custando R$ 5,05 e R$ 5,15, respectivamente. Nesta segunda-feira, a cotação do dólar, segundo o BC, está em R$ 4,82.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Desastres climáticos aumentam 250% no Brasil em quatro anos, revela estudo

O Brasil registrou um aumento de 250% nos desastres climáticos entre 2020 e 2023, comparado aos níveis da década de 1990, segundo um estudo conduzido pela Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica, em parceria com a Unifesp, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Unesco e a Fundação Grupo Boticário. O levantamento utilizou dados do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID) e analisou temperaturas médias do ar e da superfície oceânica ao longo dos últimos 32 anos.

Os pesquisadores apontaram que elevações de 0,1°C na temperatura global do ar resultaram, em média, em 360 novos desastres climáticos no Brasil. Para a superfície oceânica, o mesmo aumento de temperatura ocasionou 584 eventos extremos adicionais. Entre os dados apresentados, destacam-se os 16.306 desastres climáticos registrados entre 2020 e 2023, em contraste com os 6.523 eventos da década de 1990. Desde 1991, o Brasil acumulou 64.280 registros de desastres, afetando 92% dos municípios brasileiros.

Entre os eventos mais recorrentes estão as secas, que representaram 50% dos casos, seguidas por inundações e enchentes (27%) e tempestades (19%). Além disso, o aquecimento contínuo do oceano, que nos últimos 40 anos subiu cerca de 0,6°C, tem intensificado furacões, inundações e outros eventos extremos, como as secas no Centro-Oeste e as enchentes no Rio Grande do Sul em 2024.

De acordo com o estudo, os prejuízos econômicos acumulados desde 1995 chegam a R$ 547,2 bilhões, com perdas de R$ 188,7 bilhões apenas entre 2020 e 2023. Projeções baseadas no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) indicam que, mesmo no cenário mais otimista, o Brasil poderá enfrentar o dobro de desastres climáticos registrados nas últimas três décadas até 2050. Já no pior cenário, com aquecimento global superior a 4°C, os números podem alcançar 600 mil ocorrências até 2100.

Os custos projetados variam entre R$ 1,61 trilhão, no cenário otimista, e R$ 8,2 trilhões no pessimista, ressaltando os impactos sociais e econômicos do aumento da temperatura global. Especialistas destacam a urgência de adotar medidas de resiliência e adaptação, como a recuperação de manguezais e dunas, para mitigar os danos e fortalecer comunidades vulneráveis.

A pesquisa também destacou que o aquecimento global contribui para desafios como a alta nos preços de alimentos e energia, escassez hídrica e aumento de doenças como a dengue, ressaltando a necessidade de ações coordenadas e globais para reduzir emissões de gases de efeito estufa e construir um futuro mais seguro.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp