Merenda escolar é a única refeição de muitos alunos da rede pública de Goiás

Bolacha e suco tem sido a merenda de muitas cidades do interior do Brasil. Isso porque o valor destinado ao lanche das crianças está congelado há três anos. Para 2023, o Congresso tinha aprovado uma LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) que previa um reajuste de 34% para recompor as perdas no PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar). Porém, a proposta foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 10 de agosto.

Atualmente, o governo federal realiza um repasse de R$ 0,36 para cada refeição por aluno. Com a falta de verba, muitas escolas deixam de disponibilizar a merenda ou suspendem as aulas para liberar os estudantes.

Merenda: Para alguns alunos é a única refeição do dia

Para não deixar com que os alunos goianos passem pela mesma situação, o Governo de Goiás destinou R$ 139 milhões para completar os recursos federais. Além disso, o almoço dos alunos que estudam em período integral é custeado integralmente pelo estado.

Ao todo, o estado conta com 620 escolas de ensino regular, 62 militares, 258 integrais, 10 quilombolas e duas indígenas.

Nas escolas regulares, ou seja, meio período, são oferecidos lanches. Já nas de período integral, são oferecidas três refeições (Café da manhã, almoço e lanche). De acordo com a gerente de alimentação escolar da Seduce, Terezilda Luiz, os cardápios variam segundo a região.

“O cardápio precisa respeitar as especificidades e hoje nós temos dentros das escolas regulares, a quilombola, tem os alunos de Eja. Mas a base é o arroz, o feijão, fruta, verdura, uma proteína e suco de polpa”, explicou Terezilda.

Em entrevista ao Diário do Estado, Terezilda explicou que a base da alimentação nas escolas é está em função da vulnerabilidade.

“A gente serve também os panificados, só que em menor quantidade. Hoje, nós temos um número muito grande de alunos da rede que a única refeição mesmo que ela tem no dia é na escola. Então, a gente precisa estruturar essa refeição para atender o mínimo nutricional dessas crianças”, explicou Terezilda.

Pandemia aumenta vulnerabilidade de alunos

Ainda de acordo com ela, a pandemia de Covid-19, aumentou o número de alunos em situação de vulnerabilidade.

“O que a gente percebeu é que depois da pandemia isso (vulnerabilidade) está muito acentuado. A gente tem muitos estudantes que, infelizmente, vão para a escola por causa da merenda”, relatou Terezilda.

Além dos alunos em vulnerabilidade, as escolas também recebem aqueles que saem da zona rural para estudar. Nestes casos, a secretaria entrega o café da manhã assim que eles chegam. Diferente do que acontece em escolas, por exemplo, da capital, no qual a merenda é servida por volta das 9 horas.

Ainda durante a entrevista, Terezilda explicou que, atualmente, algumas escolas recebem melhorias nas cozinhas. A ideia é que a própria instituição prepare os panificados para as crianças e, assim, sejam ofertados lanches ainda melhores e maiores.

“Uma escola que talvez o recurso seja pequeno, ao invés de comprar muita coisa pronta, ela puder fazer, ela aumenta o tamanho do bolo, do panificador. Porque com o mesmo recurso, ela (escola) comprando os ingredientes para fazer, o recurso é mais bem aproveitado e o aluno ganha um pedaço de bolo maior”, concluiu

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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