Merkel classifica discussão sobre clima no G7 como “muito insatisfatória”

A chanceler alemã, Angela Merkel, qualificou hoje (27) como “muito insatisfatória” a discussão sobre o acordo contra a mudança climática feita ao longo da Cúpula do G7 na cidade italiana de Taormina.

“Foi muito difícil e muito insatisfatória a discussão geral sobre o tema do clima”, avaliou Merkel em declarações à imprensa ao final do encontro, no qual todos os participantes, exceto os Estados Unidos, reiteraram o compromisso de implementar “rapidamente” o Acordo do Clima de Paris. As informações são da Agência EFE.
“Isso significa que por enquanto não há nenhum sinal de que os Estados Unidos permanecerão no Acordo de Paris ou não. O fato de não ter sido possível conseguir avanços aqui é naturalmente uma situação na qual temos que dizer que um acordo internacional importante simplesmente não recebe apoio. Este não é um acordo qualquer. É um acordo básico para dar forma à globalização”, lamentou Merkel.

De acordo com a chanceler, a sessão de hoje do G7 começou com uma reunião prévia com representantes de cinco países africanos, encontro que considerou “muito positivo”.

“Os países africanos deixaram muito claro que a mudança climática é de uma importância essencial para eles, assim como também o financiamento. E quando pensamos nos pequenos Estados-Ilha, cuja existência depende disso, percebemos a importância do acordo sobre o clima. Ainda não tivemos uma posição comum aqui, mas deixamos muito claro que não abdicamos das nossas posições”, insistiu Merkel.

Segundo a declaração final do G7, os chefes de Estado e governo de Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Reino Unido e os presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu disseram entender que Washington não está em condições de se juntar à iniciativa no momento.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou que “na próxima semana” decidirá se o país deve continuar fazendo parte do Acordo Climático de Paris.

Fonte: Agência Brasil

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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