Mesmo com moradores na ‘bronca’, Senador Canedo não vai reverter mudanças no trânsito

Vídeo: Moradores denunciam caos após mudanças no trânsito de Senador Canedo

Depois de causar polêmica e insatisfação entre moradores e comerciantes, as mudanças no trânsito promovidas pela Prefeitura de Senador Canedo não serão revertidas. Ao Diário do Estado, a prefeitura informou que o projeto de direcionar o fluxo de veículos da Avenida Prof. Henrique Peclat, uma das vias mais importantes da cidade, para a Rua Boa Vista foi realizado após estudos técnicos da Secretária Municipal de Trânsito (SMT) de Senador Canedo.

Sem saber o quanto foi gasto para efetivar a mudança, a pasta afirma que o processo era necessário, visto que a Vila Santa Rosa faz parte de um projeto de circulação e conexão com outros bairros como o Jardim Todos os Santos e o Conjunto Sabiá.

“Viu-se a necessidade de uma mudança devido a expansão veicular da cidade. Esse projeto foi feito após estudos, medições que tem se buscado constantemente. O projeto não foi criado do dia para a noite. Não é possível precisar o valor gasto na mudança, pois ainda não fizemos as medições necessárias à quantificação de metros quadrados de sinalização implementados, além de outros dispositivos e placas que tem de ser contabilizado. Não se pretende voltar ao que era antes, pois toda mudança gera descontentamento. Após acostumarem com o trajeto, as pessoas vão entender que essas mudanças foram necessárias”, disse.

Indignação

As alterações que a sinalização da Vila Santa Rosa têm causado transtornos aos moradores e comerciantes da região. A mediadora Polyana Borges, que mora há mais de 30 anos na cidade, diz que a mudança no município trouxe caos às ruas da cidade, chegando a provocar acidentes em determinados pontos. Além do perigo, os comércios da região também apresentaram queda nas vendas.

“Os moradores estão indignados com essa mudança, com esse prefeito que não faz nada para ajudar a sua população canedense. Senador Canedo está um caos, esse serviço não parece que foi feito por profissionais, já que foi tudo mal planejado. O que eles fizeram foi um absurdo, principalmente por aplicar multar na população sem nem mesmo ter avisado sobre as mudanças com antecedência”, disse

Redes sociais

Nas redes sociais, os canadenses criticaram as mudanças. Muitos manifestaram insatisfação em relação a falta de organização por parte da SMT, além da precária sinalização das novas rotas.

“Quem inventou de mudar o sentido das ruas não deve morar em Senador Canedo, não é possível. Essa mudança não tem necessidade alguma”, disse.

Outro usuário, indignado, também comentou.

Gente, pelo amor de Deus, esse povo precisa fazer alguma coisa. Tudo é contra mão, não importa a rua que a gente vira. Antes para chegar no serviço eu levava sete minutos, mas agora gosto mais de 20 minutos porque está tudo um caos. Isso não pode ficar assim, ao invés de ajudar o morador, fizeram foi nos prejudicar”, concluiu.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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