Metade das distribuidoras de gás em Goiás não emite nota fiscal

Petrobras reduz preço de gás de cozinha em 5,3%, diminuindo R$ 0,20

Você já pediu nota fiscal ao comprar botijão de gás? O hábito não é comum para a maior parte das pessoas, mas impacta toda a sociedade. Em Goiás, metade das cerca de três mil distribuidoras no estado não emitem o documento, conforme informação do Sindicato das Empresas de Gás do Centro-Oeste (Sinergás).

A falta de registro da venda significa que algumas empresas do setor lucram mais que as outras, há menos tributos arrecadados pelos governos municipal e estadual e limitação de recursos para a prestação de serviços públicos e manutenção das atividades da administração pública. 

“O atacadista vende sem nota fiscal e emite apenas o cupom fiscal. Não é a mesma coisa. Se ele vende R$ 500 mil e não ‘tira’ a nota, olha só a diferença entre um vendedor e outro. Além disso, é crime. O consumidor pode e deve exigir o documento”, afirma o presidente do Sinergás,  Zenildo Vale.

Atualmente, o preço do gás liquefeito de petróleo (GLP) é composto pelo valor pago pelas distribuidoras para a Petrobras quando o combustível sai da refinaria (R$ 54,94), montante para distribuição e revenda (R$ 43,03) e ICMS (R$ 14,73), de acordo com o site da empresa.

A média de preço de um botijão de gás de 13 quilos no estado é de R$ 125, segundo Zenildo. “Somente o valor de R$ 1,20 é dividido entre município e estado”, completa.

O representante dos estabelecimentos de venda de gás chegou a publicar em uma rede social pessoal dele que haverá uma fiscalização a partir de 1º de novembro para autuar as empresas do segmento que não estão emitindo a nota fiscal.

Ele afirmou ao Diário do Estado (DE) que tem conhecimento sobre os revendedores em desacordo com a legislação e que repassará uma lista com o nome de todos os estabelecimentos para as autoridades competentes. 

O presidente do Sinergás diz que o trabalho será realizado por equipes da Secretaria de Economia (se) e da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT). Procurada pela reportagem, a SE afirmou que não programou nenhuma operação referente ao setor de revenda de GLP para o dia 1° de novembro com a DOT. 

Vantagens

A emissão da nota fiscal protege o revendedor e o consumidor. A garantia em caso de problemas e troca do botijão é feita mediante o documento. Por outro lado, se o comprador agir de má-fé a ausência de comprovação da venda exime o empresário de restituição. Legalmente, a pena para a sonegação fiscal corresponde a multa de até dez vezes o valor da nota e pode haver prisão, em caso de reincidência.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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