Metade dos brasileiros está mais preocupado com a saúde mental

Metade dos brasileiros está mais preocupado com a saúde mental

De acordo com pesquisa da Global Health Service Monitor, os transtornos mentais viraram uma das principais preocupações de saúde para 49% dos brasileiros. O levantamento foi feito pela empresa Ipsos em 34 países espalhados por todos os continentes. Como base de comparação, em 2018, só 18% dos brasileiros diziam que tópicos como depressão e ansiedade incomodavam.

A campanha Janeiro Branco

Com cada vez mais pessoas preocupadas com a saúde mental, a campanha Janeiro Branco contribui para que elas se atentem mais aos cuidados. “É uma excelente forma de trazer para as pessoas informações relevantes, científicas e sair do processo senso comum, de preconceito, de falta de informação em relação à saúde mental”, destaca sobre a campanha a psicóloga Adriane Garcia, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia. “Traz informações relevantes que ajudam as pessoas a compreender melhor o quadro que elas estão, buscar ajuda com antecedência, antes que as coisas comecem a piorar e trazer mais prevenção também”, completa.

Em seu dia a dia, a especialista percebe um aumento da demanda de pacientes nos meses de janeiro e fevereiro, que ela acredita que pode ser decorrente da campanha. “As pessoas, tendo mais esclarecimentos, começam a perceber que existe algo ali que pode ser um adoecimento, que precisa de tratamento. O legal disso também é a desmistificação do nosso processo de saúde mental, do tratamento. O que antes as pessoas tinham como loucura, essas correlações extremamente negativas passam hoje a ter uma conotação mais positiva, de bem estar, de saúde, não só de adoecimento”, afirma.

Dia a dia

O tema da campanha Janeiro Branco em 2023 é “A vida pede equilíbrio”, e Adriane Garcia detalha que as pessoas se deixam levar pela correria do dia a dia e deixam esse equilíbrio de lado. “É comum do ser humano a gente deixar a correria tomar conta, porque muitas vezes isso vai para uma área do cérebro que transforma o nosso processo de vida habitual, ou seja, fica parecendo que nós estamos no automático. E querendo ou não a gente acaba deixando o equilíbrio de lado sim, porque o equilíbrio exige esforço, exige que a gente tenha consciência, que a gente fique em planejamento e muitas vezes não é o que acontece”.

Quem tem dúvida ou dificuldade em identificar se realmente possui algum problema, a psicóloga destaca alguns pontos a serem observados. “A nossa saúde mental está correlacionada com a nossa saúde física. Por exemplo, você está se alimentando bem, dormindo bem e começa a não ter mais uma boa qualidade de sono, percebe que está querendo dormir demais ou está comendo muito mal. Além disso, você começa a ter pensamentos intrusivos, que são extremamente negativos o tempo todo, críticos, que te levam a ter uma sensação de não ter sentido à vida, tudo isso é sinal de que sua saúde mental não está boa”.

Observar à sua volta

O mesmo vale para observar as pessoas à sua volta, seja no ambiente familiar, de trabalho ou entre amigos. Ao notar que alguém de seu convívio não está bem, a especialista ressalta que deve-se buscar auxílio.

“É importante sempre direcionar essa pessoa para um profissional, porque muitas vezes ela vai precisar de uma ajuda para trabalhar os processos internos e o melhor a se fazer quando você pode ser uma rede de apoio, uma pessoa que apoia, é acolhimento. É ouvir essa pessoa empaticamente sem querer resolver ou ajudar, é compreendê-la e ajudá-la a buscar tratamento adequado para o processo dela”, explica.

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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