Metade dos goianienses têm dívidas; 84% delas são por cartão de crédito

Entre os moradores de Goiânia, 54,3% têm dívidas e 84% das pendências são por cartão de crédito. Os dados se referem a fevereiro. No mesmo mês, no ano passado, o percentual de endividados era bem parecido: 56,3%. Os números são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio). O Diário do Estado ouviu um especialista em finanças sobre dicas que podem ajudar a quitar dívidas.

Dos mais de 289 mil goianienses que têm dívidas, 25,5 mil assumem que não terão condição de quitar e 94,5 mil estão com débitos em atraso. Segundo Moisés Cunha, professor da área de Finanças na Universidade Federal de Goiás (UFG), o primeiro passo é colocar na ponta do lápis a quantidade de dinheiro que entra e a que sai. “Isso ajuda muito porque possibilita rastrear os gastos. Depois, passa para a próxima fase, que é a de analisar para onde está indo seu dinheiro e tomar decisões de postergar, de não gastar ou de consumir”, explica. No caso do cartão de crédito, principal dívida dos goianienses, a dica do especialista é ter apenas um.

“Não tem problema comprar no crédito. O problema é ter descontrole e ele acontece, na maioria das vezes, porque você tem vários cartões, vai pondo uma conta em um cartão, outra em outro, vai fazendo um jogo de datas para pagamento e, quando vê, saiu do controle. Então, o melhor é ter o mínimo possível de cartão e sempre pagar o valor total da fatura”, pontua.

Dívidas por financiamento

A pesquisa aponta ainda que 31% dos consumidores têm dívidas por terem financiado carro (16,5%) ou casa (14,5%). Nestes casos, existe a opção de fazer a portabilidade, quando se transfere o financiamento de um banco para outro.

Ao transferir a dívida, as taxas de juros costumam ser reduzidas. No entanto, o especialista alerta que o mercado financeiro tem muitas armadilhas. “Esta é uma saída, mas tem que ter cuidado. Se não conseguir analisar sozinho, peça ajuda de alguém que tenha conhecimento na área de finanças ou tenha educação financeira. Porque tem muita coisa no mercado que se utiliza de gatilhos mentais para fazer você optar por algo pensando que está te beneficiando , mas na verdade vai piorar sua situação. Então, muito cuidado”, pontua.

Para quem está pensando em financiar, o momento não é o melhor para contrair esta dívida, segundo o professor. “Os juros estão altos e os juros futuros estão projetando também continuarem altos. Hoje, o financiamento está bem mais caro que em 2019 e 2020, por exemplo”, explica.

Tudo caro

Em meio ao aumento nos preços dos combustíveis e do gás de cozinha, a inflação, que já bateu dois dígitos ano passado, tende a seguir pelo mesmo caminho em 2022, representando aumento de preços. Por isso, para evitar cair em dívidas, o ideal é priorizar os gastos sem os quais não se pode sobreviver.

“Por exemplo, não tem como uma família ficar sem gás de cozinha. Hoje, infelizmente, com essa inflação, o lazer passa a ser supérfluo para várias famílias, por mais que nós necessitemos de lazer. Então, o caminho é priorizado seus gastos para não entrar em mais dívidas”, comenta.

Para os interessados em mais dicas sobre o assunto, o professor Moisés Cunha tem um canal no YouTube com curso gratuito de finanças pessoais para iniciantes.

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Taxa de desemprego entre mulheres foi 45,3% maior que entre homens

A taxa de desemprego entre as mulheres ficou em 7,7% no terceiro trimestre deste ano, acima da média (6,4%) e do índice observado entre os homens (5,3%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o IBGE, o índice de desemprego das mulheres foi 45,3% maior que o dos homens no terceiro trimestre do ano. O instituto destaca que a diferença já foi bem maior, chegando a 69,4% no primeiro trimestre de 2012. No início da pandemia (segundo trimestre de 2020), a diferença atingiu o menor patamar (27%).

No segundo trimestre deste ano, as taxas eram de 8,6% para as mulheres, 5,6% para os homens e 6,9% para a média. O rendimento dos homens (R$ 3.459) foi 28,3% superior ao das mulheres (R$ 2.697) no terceiro trimestre deste ano.

A taxa de desemprego entre pretos e pardos superou a dos brancos, de acordo com a pesquisa. A taxa para a população preta ficou em 7,6% e para a parda, 7,3%. Entre os brancos, o desemprego ficou em apenas 5%.

Na comparação com o trimestre anterior, houve queda nas três cores/raças, já que naquele período, as taxas eram de 8,5% para os pretos, 7,8% para os pardos e 5,5% para os brancos.

A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (10,8%) foi maior do que as dos demais níveis de instrução analisados. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 7,2%, mais do que o dobro da verificada para o nível superior completo (3,2%).

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