Método SALVE: identificação rápida dos sintomas do AVC para salvar vidas

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AVC: entenda método que ajuda na identificação rápida dos sintomas

Com linguagem simples e fácil de memorizar, o método “SALVE” busca facilitar o reconhecimento dos primeiros sinais de AVC. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 90% dos casos poderiam ser evitados com ações preventivas e diagnóstico precoce. O acidente vascular cerebral (AVC), conhecido popularmente como derrame, é uma das principais causas de morte e incapacidade no Brasil. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 90% dos casos poderiam ser evitados com ações preventivas e diagnóstico precoce. Pensando em tornar esse reconhecimento mais acessível à população, o neurologista Marcos Alexandre, de Goiânia, adaptou protocolos internacionais para o método “SALVE”, que ajuda a identificar rapidamente os sinais do AVC.

A inspiração veio de campanhas como o FAST, usada em países de língua inglesa, que orienta sobre os sintomas do AVC. F de Face (rosto), A de Arm (braço), S de Speech (fala) e T de Time (tempo). Mas o termo, além de estar em outro idioma, não contemplava todos os sinais de alerta, segundo o médico. Neurologista Marcos Alexandre explica como o método SALVE ajuda na identificação rápida dos sintomas do AVC.

A sigla SALVE representa os cinco principais sinais de alerta: S – Sorriso: ao pedir que a pessoa sorria, um dos lados do rosto fica caído. A – Abraço: se não conseguir levantar os dois braços ou um deles cair, pode ser sinal de AVC. L – Linguagem: dificuldade para falar, repetir frases simples ou fala enrolada. V – Visão: visão turva, dupla ou perda repentina da visão em um dos olhos. E – Equilíbrio: tontura ou dificuldade para andar e se manter em pé. Um único desses sinais já é suficiente para suspeitar de AVC e chamar socorro imediatamente.

O neurologista ressalta que ainda há um equívoco comum que atrasa o socorro e agrava as sequelas: a crença de que os sintomas “vão passar”. Muita gente acha que é algo passageiro. É comum ouvir histórias de quem sente dormência, tontura ou dificuldade para falar e alguém diz: ‘toma uma aguardente e deita um pouco’. Esse costume, que vem de gerações, é perigoso. Quando a pessoa resolve procurar ajuda, já se passaram horas preciosas, alerta.

O tempo é determinante: o tratamento do AVC isquêmico — tipo mais comum — precisa começar em até 4h30 após o início dos sintomas. O SALVE existe justamente para reduzir esse intervalo. É um lembrete simples, que pode fazer diferença entre a recuperação completa e uma vida com sequelas, afirmou. A neurologista Roussiane Gaioso, reforça que a rapidez no reconhecimento é o principal fator que define o desfecho do paciente.

O método propõe uma forma simples de identificar os principais sintomas de um AVC. Do ponto de vista clínico, o reconhecimento rápido desses sintomas faz toda a diferença, porque cada minuto perdido representa milhões de neurônios que deixam de funcionar. Quanto mais cedo o paciente chega ao hospital, maiores são as chances de recuperação e menores os riscos de sequelas permanentes, considerou. Ela explica que os tratamentos disponíveis, como o uso de medicações trombolíticas e procedimentos endovasculares dependem de uma janela de tempo muito curta — geralmente nas primeiras horas após o início dos sintomas.

Nos casos de suspeita de AVC, é importante ligar imediatamente para o SAMU 192. Reconhecer os sinais é o primeiro passo para salvar vidas e preservar o cérebro, orienta. Ainda segundo a especialista, muitos pacientes demoram a procurar ajuda, acreditando que os sintomas vão desaparecer sozinhos — um erro que pode custar caro. Cada minuto de atraso representa a perda de milhões de neurônios, o que reduz as chances de recuperação e aumenta o risco de sequelas permanentes, como dificuldade para andar, falar ou até mesmo perda de autonomia nas atividades diárias. O tempo é cérebro, afirmou.

O AVC é mais comum a partir dos 55 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade. Entre os principais fatores de risco estão hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto, tabagismo e sedentarismo.

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