Completou nesta quinta-feira (21), mil dias desde a tragédia causada pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, ocorrida em 25 de janeiro de 2019. As buscas pelas oitos vítimas ainda desaparecidas ainda seguem entre a recuperação do município.
A procura agora deve adotar uma nova estratégia, com instalações de cinco estações que farão a separação prévia do rejeito minério a ser vistoriado, a partir de sua granulometria.
“Utilizando uma tecnologia de peneiras vibratórias e esteiras rolantes, a gente consegue fazer uma pré-separação conforme o tamanho das partículas. Assim, o militar consegue fazer a vistoria dessas partículas maiores de uma forma mais assertiva e muito mais rápida”, afirma o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros.
A separação pela granulometria otimiza o processo, eliminando as partículas mais finas e deixando apenas objetos de interesse dos vistoriadores. Entre as partículas maiores, podem ser encontrados restos de corpos, que são encaminhados ao IML para análise e identificação.
De acordo com os bombeiros, a operação trabalha na análise de 11 milhões de metros cúbicos de rejeito de minério. Até o momento, 4 milhões já foram vistoriados.
As máquinas funcionam 24 horas por dia. No dia, duas pessoas são responsáveis por analisar o material, que, após ser peneirado, passa por esteiras rolantes. À noite, o equipamento continua fazendo a separação das partículas a serem examinadas no dia seguinte.
Familiares acompanham as buscas de perto
Desde o desastre, 262 vítimas já foram localizadas. Essa é uma das maiores operações na história do país, envolvendo 4.142 pessoas desde o desastre.
Os familiares das oito pessoas ainda desaparecidas acompanham de perto o trabalho dos bombeiros.
“Infelizmente, eles não estão mais vivos, então o que todo familiar quer é ter o encontro de sua joia, do seu ente querido, para fazer um sepultamento digno”, diz Alexandra Andrade, presidente da Avabrum (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão).”