Uma série de decretos marcou o primeiro dia de Javier Milei como presidente da Argentina, promovendo mudanças significativas na estrutura governamental. Dentre os 13 que assinou, um destaca-se ao revogar medida de 2018 que proibia parentes de membros eleitos de ocuparem cargos públicos. Isso permitiu a Milei indicar sua irmã, Karina, como primeira-dama e secretária-geral do governo.
Assim, Karina Milei assumirá responsabilidades que vão desde atividades sociais até gestão de políticas públicas e relações com o público. No ápice da campanha presidencial argentina, ela permaneceu ao lado de Javier, sendo sua confidente e estrategista.
Emocionada e abraçando seu irmão, Karina saudou a plateia, enquanto os seguidores entoavam cânticos de “liberdade, liberdade, liberdade”. Apesar de sua discrição, é ela quem desenha os planos por trás do movimento libertário antissistema, sendo a principal mentora de La Libertad Avanza, o agrupamento político de Milei.
No momento da vitória no segundo turno sobre Sergio Massa, Karina Milei surgiu como a figura que apresentou o presidente eleito à multidão ávida por seu discurso inaugural. Milei, que é solteiro e namora uma atriz, chama a irmã de “O Chefe” (no masculino) e repetiu várias vezes que “sem ela, nada disso existiria”.
Com dois anos e meio a menos que Javier, Karina, aos 50 anos, é a única irmã do economista libertário. Criados em Villa Devoto, bairro de Buenos Aires, em uma família de classe média, compartilham uma relação próxima desde a infância.
Filhos de Norberto, motorista de ônibus, e Alicia, dona de casa, ambos frequentaram o Instituto Cardenal Copello, uma instituição de ensino católica. O ambiente familiar e os laços estreitos moldaram suas trajetórias.
Karina integrou-se profissionalmente à vida do irmão há mais de uma década, começando a trabalhar com ele durante suas palestras como economista. Nos últimos três anos, concentrou-se integralmente na carreira política de Javier, fortalecendo La Libertad Avanza, a coalizão que os levou ao poder em 2021.
Reorganização ministerial
A estreia de Milei no cargo também foi marcada pela redução de 18 para 9 ministérios, consolidando fusões e redistribuindo pastas. Tomaram posse os ministros da Casa Civil, do Interior, das Relações Exteriores, da Defesa, da Economia, da Segurança, da Saúde, da Justiça, Infraestrutura e Capital Humano.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, assim como a Secretaria de Assuntos Estratégicos, passam para a alçada da Casa Civil. O Ministério do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Turismo e Esporte integram-se ao Ministério do Interior.
As extintas pastas de Transportes, Obras Públicas e Habitat e Desenvolvimento Territorial tornam-se secretarias do Ministério da Infraestrutura. O Ministério da Mulher, Gênero e Diversidade, junto com Seguridade Social, Educação, Cultura e Trabalho, são atribuídos à pasta de Capital Humano.
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