Felipe Ferreira Carolino, também conhecido como Zulu, um miliciano do Bonde do Zinho, foi preso recentemente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Paciência, localizada na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Zulu, que estava em posse de uma pistola, foi encontrado em um quarto exclusivo destinado a ele, desfrutando de um tratamento privilegiado na unidade de saúde. Este criminoso, que havia sido preso em 2019 e liberado em maio deste ano, reassumiu imediatamente seu papel de liderança na organização criminosa atuante na comunidade do Rodo, em Santa Cruz.
No momento da prisão, Zulu também estava cometendo a infração de porte ilegal de arma de fogo, o que resultou em sua prisão em flagrante por constituição de milícia privada. Além disso, ele estava sob investigação pela Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) por sua ligação com desaparecimentos e homicídios relacionados à milícia. Vale ressaltar que o miliciano foi encontrado em um momento tranquilo, fumando e recebendo um tratamento diferenciado na UPA, o que levanta questões sobre possíveis favorecimentos a criminosos em unidades de saúde públicas.
O Bonde do Zinho, liderado por Luis Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho, enfrentou recentemente uma série de baixas. Zinho, que assumiu a liderança do grupo após a morte de seus irmãos Ecko e Carlinhos Três Pontes, se entregou à polícia no final de 2023. Após sua prisão, seu sobrinho, Faustão, foi morto em uma operação policial, resultando em 35 ônibus incendiados na Zona Oeste. Com Zinho preso e seu provável sucessor, Pipito, morto em ação policial, o comando da milícia foi assumido por Naval, principal braço armado do grupo.
Apesar das baixas e prisões, a milícia do Bonde do Zinho ainda mantém sua atuação em diversas comunidades, como Barbante, Vilar Carioca, Antares e Rola. Recentemente, quatro integrantes do grupo foram presos em Inhoaíba após denúncias de estarem armados em uma casa de festas. A polícia continua suas investigações para identificar outros envolvidos no esquema de favorecimento a milicianos em unidades de saúde públicas, visando desmantelar completamente a influência criminosa no Rio de Janeiro.
A UPA de Paciência, onde Zulu foi preso, passou por uma reforma em março de 2023, incluindo melhorias na infraestrutura, aquisição de novos equipamentos e mobiliário, e a contratação de 250 profissionais para trabalhar na unidade. A revitalização da UPA visava oferecer um atendimento mais eficiente e confortável aos pacientes, mas a prisão de um miliciano dentro das instalações levanta questões sobre a segurança e possíveis conivências com o crime organizado. A polícia segue atenta e empenhada em combater a atuação das milícias no Rio de Janeiro, buscando garantir a segurança e o bem-estar da população.