Milicianos da Zona Oeste do Rio de Janeiro, atuantes na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, têm intensificado as cobranças ilegais na região, segundo relatos de moradores. Além das taxas mensais cobradas de pequenos comerciantes e prestadores de serviços, como manicures, os paramilitares agora impõem uma “taxa de mudança” para quem pretende se mudar da região. Em 2023, o RJ2 mostrou a exigência de valores mensais e “pedágios” para liberar produtos retidos pelas milícias, porém, as taxas aumentaram recentemente, ultrapassando os R$ 70 básicos mensais.
Os moradores denunciam o absurdo das cobranças, destacando que os milicianos assumiram o controle da associação de moradores, passando a cobrar por serviços básicos como água, luz e gás, além de exigir uma porcentagem significativa, como 20% do valor da venda de uma casa. Além disso, relatam que qualquer obra ou reforma nas residências é taxada pelos paramilitares, gerando medo e insatisfação na comunidade local.
Em meio às denúncias de cobranças ilegais, a região da Colônia Juliano Moreira segue sendo palco de disputas entre milicianos e traficantes. Em fevereiro, o presidente da Associação de Moradores, Fabio Paulo Ramalho, foi vítima de um ataque fatal, indicando a intensificação da violência e da disputa pelo controle da região. No mesmo mês, uma operação da polícia resultou na prisão de três homens ligados às atividades criminosas na localidade Dois Irmãos.
A Colônia Juliano Moreira, que abrigava um antigo hospital psiquiátrico e hoje é habitada por cerca de 21 mil pessoas, enfrenta o domínio opressivo das milícias, que não poupam nem vendedores de sacolé e vassoureiros de suas taxas arbitrárias. A população local clama por medidas efetivas por parte das autoridades para coibir as práticas ilegais desses grupos paramilitares que aterrorizam e exploram a comunidade. É urgente que a segurança pública aja de forma enérgica para garantir a proteção e a integridade dos moradores da região frente a essas ameaças constantes.