Saiba quem era Tiago Nicolau, militar reformado que morreu após ser forçado a beber ácido em assalto no interior de SP
Homem de 30 anos também foi agredido por dois assaltantes e ficou internado na UTI da Santa Casa de Leme (SP) por oito dias.
Tiago Nicolau era morador de Leme, no interior de São Paulo — Foto: Arquivo Pessoal
Esforçado, pai de família e querido por muita gente. Esse era o perfil de Tiago Nicolau, que morreu aos 30 anos, em Leme (SP), depois de ter sido agredido e forçado a beber um ácido durante um roubo.
A violência sofrida por ele, um militar reformado, aconteceu em 10 de junho – a morte foi confirmada oito dias depois da internação, na Santa Casa da cidade do interior paulista. Houve registro de lesões graves na boca, língua, faringe e esôfago.
Além do uso do ácido, dois assaltantes o teriam agredido durante o crime. O carro de Nicolau foi levado pelos criminosos, assim como o celular, e ainda não foram recuperados. Ninguém foi preso pela polícia até o momento.
O De pediu informações à Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) sobre o andamento da investigação, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.
O corpo da vítima foi enterrado na última sexta-feira (20) no Cemitério Municipal São João Batista, em Leme.
Militar reformado e cheio de planos
O De apurou que Nicolau chegou a ser militar da Força Aérea Brasileira (FAB) quando mais jovem.
Em um processo judicial dele contra a União, o desembargador Wilson Zauhy mencionou a saída do rapaz das fileiras da FAB com base em um problema de visão, diagnosticado em inspeção de saúde da própria Aeronáutica no início de 2015.
Nos últimos anos, apesar da deficiência visual, ele vinha trabalhando como motorista de aplicativo. O representante de uma das plataformas que Nicolau prestou serviços contou à reportagem que o rapaz contribuiu bastante no início da empresa e era uma pessoa tranquila.
Amiga dele, a advogada Luana Sampaio publicou nas redes sociais que o morador de Leme era “um cara de coração gigante, cheio de planos” e com um “amor que transbordava” pela filha pequena.
Ela ainda escreveu que “é difícil respirar sabendo que a maldade calou a voz de alguém que só espalhava amor, alegria e verdade por onde passava”.
Nas redes sociais, familiares e pessoas próximas também são unânimes em pedir providências ao caso. “Nos tiraram até a despedida dele. Caixão lacrado e enterro. A justiça dos homens pode ser falha, mas a justiça de Deus não”, publicou uma prima da vítima.