Militares do Exército são presos suspeitos de fraudar certificados de armas em Goiás e Distrito Federal

Na manhã desta terça-feira, 26, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpriu seis mandados de prisão e 26 de busca e apreensão contra um grupo criminoso que cobrava valor em dinheiro para facilitar ou fraudar certificados de arma de fogo. Militares do Exército fazem parte dos presos. Eles trabalhavam no departamento de controle e fiscalização de armas, e conforme a PCDF, atuavam facilitando a posse, porte, ou comercialização das armas no DF e no estado de Goiás

As prisões foram feitas em Luziânia e no Distrito Federal. De acordo com a polícia, as investigações da Operação informaram que militares da ativa do Exército Brasileiro, integrantes do Sistema de Fiscalização de Produtos Controlados de algumas Organizações Militares vinculadas à 11ª Região Militar, associados a Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs), expedir o certificado de Registro de Arma de Fogo (CRAF)  para pessoas que não possuíam os requisitos legais.

Ainda de acordo com a corporação, que teve apoio do Exército durante as investigações, os militares cobravam para realizar a inserção de dados e informações falsos no Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma), objetivando proporcionar a concessão ou revalidação de Certificados de Registros (CR) de CACs e a concessão de CRAFs.

Foram seis meses de investigação que mostraram a atuação do grupo criminoso, com 18 membros, atuante no DF e voltado, há dois anos, à posse, porte e comércio ilegais de arma de fogo. 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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