Minas Gerais mostra-se como um dos estados do Brasil com mais apreensões de armas de uso militar, ficando em segundo lugar nesse ranking, de acordo com um estudo realizado pelo Instituto Sou da Paz. Entre os anos de 2021 e 2023, foram retirados das ruas 768 armamentos pesados em MG, enquanto o Rio de Janeiro lidera com 1.781 unidades confiscadas. Esse panorama reflete a preocupante realidade do uso de armas estilo militar por parte do crime organizado em território nacional.

As submetralhadoras se destacam como as armas mais apreendidas no período, totalizando 569 unidades, muitas delas fabricadas de forma artesanal. Em seguida, aparecem os fuzis, com 198 registros, e uma metralhadora. O estudo, publicado em uma revista acadêmica da London School of Economics, destaca o crescimento desse fenômeno na Região Sudeste e ressalta as falhas na regulação e nos registros como fatores que dificultam o enfrentamento dessa questão.

A análise foi realizada a partir da coleta e do exame minucioso de aproximadamente 7 mil armamentos recolhidos pelas forças policiais estaduais e federais. Durante este ano, a polícia de Minas Gerais tem intensificado suas operações na Região Metropolitana de Belo Horizonte, desmantelando uma fábrica clandestina de submetralhadoras no bairro Taquaril e localizando fuzis de uso restrito em áreas como o Aglomerado da Serra e Venda Nova.

Natália Pollachi, diretora de Projetos do Sou da Paz, ressalta a importância de investir em delegacias especializadas para combater o tráfico de armas. Ela destaca a necessidade de uma estrutura adequada para reduzir o poder de fogo do crime organizado, enfatizando que a especialização no tema é fundamental para enfretar efetivamente esse tipo de ameaça à segurança pública. Todos esses esforços visam a contribuir para diminuir a circulação de armas de uso militar nas mãos de criminosos e garantir a proteção da sociedade.