minhas séries de 2025
No 20º aniversário deste blog, as séries boas, medianas e ruins do ano.
Alguém disse há um tempo que estamos vivendo a era da séries medianas, e é
verdade. E este 2025 foi um pouco isso. Com algumas exceções, foi um ano de
séries medianas. Muitas série boas, sim, mas poucas séries incríveis. E tá tudo
bem, se é o que temos, vamos assistir, a gente gosta de ver série de qualquer
maneira, no fim das contas.
Então segue a lista do que eu vi, do que eu tentei ver e do que eu larguei neste
ano. Está mais ou menos (não exatamente) em ordem do melhor para o menos melhor.
Vale lembrar que as avaliações são baseadas puramente na minha opinião (que deve
servir para alguma coisa, afinal este blog
[https://DE.DE/pop-arte/blog/legendado/], embora meio semimorto, acaba de
completar 20 anos no ar só falando de série, uhu). Esteja totalmente à vontade
para discordar nos comentários e sugerir séries que não estão aqui (só não me
xinga, vai).
‘RUPTURA’
A felicidade que é ter essa série de novo numa listinha de final de ano, ai ai.
A gente esperou quase três anos pela continuação da história dos caras que
dividiram sua personalidade em duas para trabalhar numa empresa misteriosa, e
valeu a pena. Depois do final bombástico da primeira temporada, a segunda não
decepcionou nadinha, pelo contrário: foi melhor ainda, resolveu uns mistérios,
criou outros e, melhor que tudo, teve a relação entre os personagens indo a um
outro patamar. E, claro, ainda teve um final pra deixar a gente morta de
ansiedade até o terceiro ano. Sim, vale todo o hype, vá atrás. (Apple tv)
‘THE PITT’
Uma mistura de “Grey’s Anatomy” com “E.R.” (tem até o doutor Carter!), “The
Pitt” é a série médica de que a gente estava precisando. No começo parece que
vai ser aquela sucessão de clichês, mas passados os primeiros episódios a série
acha o tom, os personagens se desenvolvem de um jeito ótimo, tem aqueles casos
médicos que mexem com a gente. Aqui, a temporada toda se passa meio em tempo
real, durante um dia num pronto-socorro caótico, com direito estudantes fazendo
seu primeiro plantão, uma grande catástrofe que quase leva o PS ao colapso e
aqueles episódios que a gente termina de ver querendo abraçar a TV. (HBO Max)
‘PABLO E LUISÃO’
Tudo nesta série funciona, é impressionante. O roteiro é bom demais (baseado nas
histórias reais e inacreditáveis vividas pelo comediante Paulo Vieira e sua
família quando ele era criança), a direção é ótima, o elenco está tinindo e as
intervenções inesperadas do próprio Paulo Vieira, versão adulta, no meio das
histórias são de gargalhar. Melhor comédia brasileira desde “Os Normais”. Paulo
Vieira é mesmo um gênio. (Globoplay)
‘LONG STORY SHORT’
Seria uma tristeza você deixar de ver essa série só porque não curte desenho
animado. Uma das melhores coisas deste ano, a nova série de Raphael
Bob-Waksberg, criador da maravilhosa “Bojack Horseman”, é tocante é engraçada,
ainda faz a gente ficar pensando na vida enquanto acompanha uma família judia ao
longo dos anos, em acontecimentos tão banais quanto definidores. (Netflix)
‘DYING FOR SEX’
É uma das coisas mais bonitas e delicadas – e ainda assim bem engraçada – que eu
vi nos últimos tempos. Uma mulher (Michele Williams, perfeita no papel) com
câncer em estágio terminal resolve dar um fim no seu casamento burocrático e ir
atrás de, pelo menos no final, ter uma vida sexual satisfatória. Apesar do
câncer terminal da protagonista, não é uma série sobre morte, pelo contrário: é
sobre a vida, sobre amizade, sobre ser alegre. Faz a gente chorar, lógico, mas
não de tristeza. (Disney +)
‘O ENSAIO’
É meio difícil definir essa série – que não é uma série, exatamente, é meio que
um documentário, ou um docudrama, mas também um reality show musical (em que os
jurados são copilotos de avião), um estudo sobre aplicativos de namoro e uma
cruzada pela prevenção de acidentes aéreos. É tudo muito bizarro, mas tudo faz
muito sentido. Apenas assista. (HBO Max)
‘ANDOR’
Essa série é um prequel ou uma sequência de algum filme de “Stars Wars”, acho.
Não sei direito e ligo absolutamente zero para isso. E, ainda assim, a segunda
temporada de “Andor” está entre as melhores coisas que eu vi em 2025. É sobre o
começo da rebelião contra o Império e não é uma temporada muito facinha. Tem uns
episódios lentos, talvez exija algum conhecimento do universo de Guerra na
Estrelas (o qual não tenho). O negócio é: quando a série é boa, é boa demais,
não dá pra largar, tem uma sequência de episódios ali que faz a gente perder o
fôlego, aplaudir de pé, querer sair na rua fazendo passeata. Valeu a pena.
(Disney+)
‘DEPT Q’
Um policial que não segue regras (amamos) e que, depois de um evento traumático,
é rebaixado de função e ganha um “departamento” para reabrir investigações de
crimes nunca solucionados. Aquela série gostosa de investigação que estava
faltando por aqui, sabe? (Netflix)
‘COMMON SIDE EFFECTS’
Um cientista hippie descobre na selva do Peru um cogumelo mágico capaz de curar
qualquer doença. Em sua busca por tentar cultivar o cogumelo, ele acaba sendo
perseguido por poderosos de uma grande farmacêutica. Aquelas histórias que só
conseguem ser bem contadas em uma boa animação. Imperdível. (HBO Max)
‘SLOW HORSES’
Uma das séries mais consistentes – no melhor dos sentidos – no ar hoje, a
história dos espiões do MI5 que são rebaixados de agência chegou à quinta
temporada com o mesmo humor refinadíssimo e uma investigação excelente. Não sei
por que você ainda não começou a ver, mas sempre é tempo. Gary Oldman no melhor
papel da carreira. (Apple tv)
‘ONLY MURDERS IN THE BUILDING’
Outra série que chega à quinta temporada em sua melhor forma. A história nem
precisava fazer mais sentido – um podcast feitos por três vizinhos sobre
assassinatos ocorridos apenas no prédio de NY onde eles moram -, só que ainda
faz. Continua divertidíssima e ainda teve um gancho ótimo para o sexto ano.
Steve Martin, meu ídolo da vida, e Martin Short são a melhor dupla surgida em
décadas. (Disney +)
‘ADOLESCÊNCIA’
Acho até que as pessoas se emocionaram um pouco demais com essa série sobre um
menino aparentemente bonzinho e pacato que é acusado de matar uma colega da
escola. Em parte porque as pessoas descobriram (só agora?) que adolescentes
ficam trancados no quarto sendo doutrinados em fóruns incel na internet e isso
pode ser bem perigoso, e todo mundo ficou preocupado. Em parte porque todos os
episódios foram filmados em plano sequência, o que realmente é um feito, tirando
que o recurso funcionou para só para parte dos episódios. Mas é uma ótima
minissérie, sem dúvida. (Netflix)
‘HACKS’
Mais uma, hã, veterana nesta lista, que alegria que dá. Confesso que por um
tempo considerável deste quarto ano eu achei que a série tinha se perdido – o
começo da temporada foi bem cansativo, com a briga entre as duas protagonistas
demorando bem mais do que era preciso. Mas aí a história entrou nos eixos e
terminou de uma forma meio catártica, até. Se você nunca viu, veja: a história
da parceria improvável de uma comediante veterana com uma roteirista jovem é uma
das melhores coisas desta década. (HBO Max)
‘PLURIBUS’
Ai, gente. Talvez eu seja uma das únicas doze pessoas no mundo que não estão
maravilhadas com “Pluribus”, mas honestamente eu acho que tá todo mundo fazendo
uma força enorme pra ADORAR essa série. Afinal é a nova série do gênio criador
de “Breaking Bad” (mas também da chatice “Better Call Saul”, não nos
esqueçamos), é esteticamente linda, é rica, praticamente uma obra de arte,
tirando que é… chata.
Amamos Vince Gilligan e amamos Rhea Seehorn, mas haja saco para nove episódios
focando na mesma cara de “sou mal-humorada” que ela faz o tempo todo. A premissa
da série é ótima – a humanidade toda é contaminada por uma espécie de vírus (não
fica muito claro o que está rolando, na verdade) que deixa todo mundo
compartilhando a mesma mente e um estado permanente de felicidade, com exceção
de uma dúzia de pessoas pelo mundo, entre elas nossa protagonista.
Mas faltou dar uma desenvolvida no roteiro, minha gente, não dá pra ficar
fazendo aquelas cenas intermináveis e gastar 50 minutos por semana para mostrar
o tédio da protagonista só porque a Apple te deu um caminhão de dinheiro por
episódio. Obviamente que verei a segunda temporada, quero mais é estar errada e
ver essa série melhorar e ficar ótima, mas foi difícil chegar ao fim deste
primeiro ano, vamos ser sinceros. (Apple tv)
‘THE LOWDOWN’
Ethan Hawke está excelente nessa minissérie que estreou agora no finalzinho do
ano, no papel de um jornalista freelancer que resolve investigar o suposto
suicídio de um milionário. A série começa bem demais – um dos melhores pilotos
do ano – e no meio dá umas derrapadas no roteiro, que fica meio rocambolesco,
envolvendo políticos, terras indígenas, uma igreja neonazista e outras coisas
mais. Mas no fim a história volta pros eixos e é uma ótima diversão, vá atrás.
(Disney +)
‘POKER FACE’
A segunda (e infelizmente última) temporada da série sobre a mulher (Natasha
Lyone) que é um detector de mentiras ambulante foi meio irregular – teve alguns
episódios bem bobinhos, mas compensou com outros episódios geniais. Tipo da
série que quase ninguém vê, mas todo mundo deveria. (Globoplay)
‘#1 HAPPY FAMILY USA’
Uma das coisas mais divertidas do ano – embora trate de preconceito,
discriminação, islamofobia e outras coisas -, essa comédia mostra a vida de uma
família islâmica superadaptada à vida nos EUA até que vem… o 11 de Setembro. E
aí tudo muda. (Prime Video)
‘YOUR FRIENDS AND NEIGHBORS’
John Ham aqui faz uma espécie de Don Drapper contemporâneo (lindo, charmoso,
mulherengo, infeliz, alcoólatra) que vive entre ricos e milionários e, depois de
perder o emprego, começa a cometer furtos nas casas dos seus vizinhos para
tentar manter o padrão de vida. Uma mistura de “Desperate Housewives” com
“Breaking Bad” e pitadas de “Mad Men”, não é nenhuma genialidade mas é bem
divertida. (Apple tv)
‘TOO MUCH’
Seriezinha boa da Lena Dunham, a mente genial por trás da maravilhosa “Girls”.
Casalzinho genZ, trilha sonora ótima, nada tão emocionante mas uma boa historia
de amor. (Netflix)
‘TASK’
Fui toda empolgada ver essa minissérie do criador da belíssima “Mare of
Eastown”, e o primeiro episódio foi muito promissor, embora com a fórmula meio
repetida (policial perturbado com uma tragédia na família precisa investigar um
crime numa cidadezinha triste). Mas aí a história começa a focar numa gangue de
motoqueiros chatíssima e violentíssima e eu quase desisti de ver. Sorte que
continuei, porque o final compensou. (HBO Max)
‘THE BEAR’
Acho que está na hora de todo mundo admitir que não, “The Bear” não é boa. E
está tudo bem. Talvez a primeira e talvez a segunda temporadas tenham sido
realmente boas, todo mundo adorando ver a vida num restaurante e tal, comprando
camiseta da série, mas depois disso a história ficou patinando no mesmo lugar.
Ninguém aguenta mais a cara de cão abandonado do Bear, suas crises sobre o que
fazer da vida, dos pratos, do restaurante, todo mundo falando ‘yes chef’ e
fazendo cara de bonzinho, os diálogos ridículos de todo mundo, que nunca dizem
nada, a Sydney indecisa, os primos mais idiotas da história. Simplesmente não dá
mais. (Disney +)
‘THE STUDIO’
Eu realmente não entendo o que acontece no mundo quando essa comédia bocó, no
mau sentido, é premiadíssima e eleita por um monte de gente como a coisa mais
engraçada do ano. E olha que eu me esforcei, eu vi a série inteira, tentando
entender onde estava a genialidade. Não achei nenhuma. É uma série sobre um
diretor muito atrapalhado de um estúdio de cinema e no começo de cada episódio
você imagina todas as piadas que farão e no fim do episódio você vê que estava
certa: só obviedades, só clichês, só piadas totalmente bobas (com referências ao
mundo do cinema, o que não exatamente é um chamariz pra mim). (Apple tv)
‘WHITE LOTUS’
O bom de não se esperar nada de uma série é que você não fica decepcionada
quando a temporada é esse abacaxi que foi. Achei ok até. (HBO Max)
ALÉM DISSO, EU VI, OU TENTEI VER:
“Chesperito” (HBOMax): acho que ninguém no mundo ama “Chaves” e “Chapolin” mais
que eu, mas a série biográfica do gênio por trás das melhores coisas do
audiovisual mundial é um pouco cansativa e às vezes meio cafoninha (como quando
o Roberto Bolaños tem uns insights que virariam tiradas no futuro). Mas é uma
produção caprichada.
“Etoile” (Prime Video): quem já acompanhou este blog sabe o quanto eu amo uma
série da Amy Sherman-Palladinof (“Gilmore Girls”). Mas essa série sobre duas
companhias de balé, uma de Nova York e outra de Paris, deu uma cansada, apesar
do texto ótimo, do elenco idem e das belíssimas cenas de dança. Não rolou. E foi
cancelada.
“Nobody Wants This” (Netflix): depois de ser eleita a série mais fofa do ano
passado, a segunda temporada da história de amor entre um rabino e uma podcaster
voltou e é apenas mediana. Ainda assim vale assistir.
“The Beast in Me” (Netflix): eu amo a dupla de protagonistas (Mathews Rhys e
Claire Danes), mas chegou um momento em que eu me perguntei por que eu estava
gastando tantas horas com uma história tão chata – na verdade eu acho que só vi
três episódios, mas pareceu uma eternidade.
“Last of Us” (HBO Max): vi a primeira temporada, curti até, mas a segunda não me
pegou. Assisti ao tal episódio bombástico e larguei. A vida é curta pra ficar
presa numa série só pelo hype (e séries de videogame me irritam porque as
pessoas precisam ficar andando pra algum lugar o tempo todo).
“Uma Família Perfeita” (Disney +): a primeira incursão de Ellen Pompeo em uma
série




