O Ministério Público observou fragilidades nos depoimentos prestados por sócios de um minimercado na última quarta-feira e reforçou suas suspeitas em relação a uma empresa de fachada supostamente ligada ao Corinthians. Bruno Cassucci, no programa Redação, discutiu sobre os gastos pessoais que o clube teria bancado durante a gestão de Duílio Monteiro Alves. Os depoimentos obtidos na investigação aumentaram a desconfiança do MP de São Paulo sobre a relação entre o clube e essa empresa.
O minimercado em questão é o “Oliveira Minimercado”, situado no Jardim Ângela, cuja existência foi revelada anteriormente pelo ge. Entre os dias 18 e 31 de outubro de 2023, a empresa emitiu sete notas fiscais para o clube, totalizando um faturamento de R$ 32.580. Os proprietários atuais e ex-proprietários, Geovana Batista de Oliveira e Alexsander Marques Canudo, respectivamente, foram ouvidos pelo promotor Cássio Roberto Conserino, responsável pela investigação.
Durante os depoimentos, Geovana e Alexsander confirmaram a prestação de serviços de marmitas ao Corinthians e a legitimidade das notas fiscais apresentadas. No entanto, não conseguiram esclarecer como se conectaram ao clube nem com quem negociaram a venda dos alimentos. Eles relataram não possuir uma cozinha industrial, apenas um fogão de seis bocas, e não revelaram os funcionários da empresa nem documentos contábeis. A falta de informações detalhadas levantou suspeitas ao Ministério Público.
O MP enxergou inconsistências nos depoimentos e planeja aprofundar as investigações sobre a empresa nas próximas etapas. Estão sendo investigados possíveis crimes de estelionato, furto qualificado, falsidade ideológica e associação criminosa nesse caso específico. O órgão tem seguido uma linha de apuração rigorosa para esclarecer as irregularidades apontadas em relação aos gastos realizados pelo Corinthians durante as gestões anteriores.
O caso envolvendo a possível utilização indevida de cartões de crédito do clube nas administrações passadas dos ex-presidentes Andrés Sanchez e Duilio Monteiro Alves despertou a atenção do Ministério Público de São Paulo. Denilson Grillo, ex-motorista de Duilio, foi qualificado como investigado e deve ser ouvido em breve. A investigação se expandiu para a gestão do presidente Augusto Melo, com solicitação das faturas dos cartões para análise.
O promotor Cássio Roberto Conserino tem conduzido o processo de investigação com rigor, ouvindo diversos envolvidos e solicitando documentações relevantes ao clube e aos conselhos Deliberativo e de Orientação. Os depoimentos de testemunhas importantes, como o presidente interino do Corinthians, Osmar Stabile, e o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, têm contribuído para o avanço das apurações. A transparência e a colaboração são fundamentais para esclarecer essas questões em torno dos cartões corporativos do clube.