Ministério Público apura suspeita de parentes do prefeito de Iporá ter furado fila

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) informou que irá investigar a suspeita de desvio de vacinas contra a Covid-19 no município de Iporá, envolvendo o prefeito Naçoitan Araujo Leite. A denúncia é baseada em imagens contidas em um vídeo que circula nas redes sociais.

A denúncia anônima foi enviada  às Promotorias de Justiça de Iporá, contendo relato de suposto desvio de vacina, tendo incluído a notícia de uma enfermeira ter ido até a casa do irmão do prefeito para vacinar seus familiares.

Foi apontado ainda que um policial militar que estava na casa do prefeito teria ameaçado vereadores que foram no local para verificar se os fatos eram verdadeiros. O vídeo foi publicado no dia 30 de janeiro, sendo em tese produzido por dois vereadores, onde é mostrado o suposto desvio. Conforme mostrado no vídeo, uma enfermeira teria ido até a casa do irmão de Naçoitan Araújo Leite, em circunstâncias que fizeram existir a suspeita de desvio de vacinas contra a Covid-19.

Os autos ainda contam com dois Registros de Atendimento Integrado (RAI), que constam registros da ocorrência relacionada ao vídeo, de acordo com os quais a Polícia Militar foi chamada cerca das 9h do dia 29 de janeiro, devido a denúncia de suposta vacinação na casa do prefeito. Também está sendo investigado sobre o uso do veículo oficial da prefeitura.

Conforme a portaria de instauração do ICP assinada pelos promotores de Justiça Margarida Bittencourt da Silva Liones e Luís Gustavo Soares Alves, durante entrevista para radio local nesta segunda-feira, Naçoitan Leite afirmou que foram vacinados seu irmão, Adailton, médico, uma sobrinha também médica e seu pai, de 90 anos.

 

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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