Ministério Público de Contas de Goiás pode questionar edital de venda de créditos do estado

O Ministério Público de Contas do Estado de Goiás (MPC-GO) poderá questionar o edital lançado pelo governo para venda de créditos no valor de R$ 43 bilhões. Após encontro nesta segunda-feira (30) entre o senador Ronaldo Caiado (Democratas) e o deputado Lívio Luciano (Podemos) com o procurador do MPC-GO, Fernando Carneiro, a instituição irá analisar o edital e pode questioná-lo, como já aconteceu com ação semelhante do governo goiano em 2015.

O documento foi publicado hoje no Diário Oficial no estado e coloca à venda créditos em contrapartida, inicial, de apenas R$ 325 milhões, menos de 1% do valor que o estado tem a receber. Conforme o edital, a venda está prevista para o próximo dia 14 de agosto.

O procurador Fernando Carneiro explicou que em 2015 houve questionamento a uma ação semelhante,  que não foi adiante após o Tribunal de Contas da União (TCU) considerar os termos da operação irregulares. “O senador Ronaldo Caiado veio até o Ministério Público de Contas no dia de hoje para nos falar da sua preocupação em relação ao edital que foi publicado no Diário Oficial de hoje acerca de venda da dívida ativa do estado. Nós questionamos uma situação semelhante em 2015, mas que precisamos analisar melhor o edital para ver as condições e verificar se há algum caso de novo questionamento. Já tenho minha concepção formado em relação à situação passada. Em relação à nova, eu diria que por se assemelhar a tendência é que eu vá questionar, mas eu vou fazer uma análise acurada em cima do edital e, se for o caso, vou questionar”, explicou o procurador.

Ronaldo Caiado lembrou que o Sindifisco já se posicionou contrário a ação do governador José Eliton e acredita, que depois de anos de uma gestão irresponsável, o tucano parte para uma medida desesperada em busca de recursos imediatos. “O procurador Dr. Fernando mostrou estranheza na continuidade da publicação do edital, na celeridade que está sendo dada, a Secretaria da Fazenda não é ouvida. O Sindifisco já se posicionou 100% contrário a esta operação que, realmente, dará um prejuízo enorme ao estado de Goiás e provocará o desfalque ainda maior aos próximos governantes. Isso tudo em decorrência de uma gestão que foi totalmente inconsequente e provocou nesta reta final do seu período de mandato essa desestabilidade na economia do estado de Goiás e provocou ao mesmo tempo também uma penalização a toda saúde fiscal do estado”, destacou.

“Essas atitudes que o governo vem levado adiante tem um objetivo só: é na tentativa desesperada de buscar alguma fonte de repasses financeiros para poder quitar folha de pagamento que ele já levou o estado a essa total situação de inadimplência e nós estamos recorrendo contrários a essa decisão”, completou Ronaldo Caiado.

Lívio Luciano acrescenta que a operação só trará prejuízos aos cofres do estado e uma ação de “achaque” aos recursos do povo goiano. “É um processo eivado de vícios, erros, incongruências e que dia 14 de agosto agora abre a possibilidade para que instituições deem lances de comprar recebíveis, em princípio de R$ 1,5 bilhão, recebíveis altamente lastreados que o estado vem recebendo em torno de R$ 30 milhões/mês com índice de inadimplência mínimo, – 1% a 2%. Ou seja, é um negócio altamente lucrativo para quem adquirir esses recebíveis e um negócio altamente negativo e desconstrutivo para as contas públicas do estado de Goiás, que mais uma vez, tudo indica sofrerá esse achaque”, enfatizou.

 

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Coberturas de vacinas em Goiás aumentam em 2024

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, comemora a retomada do crescimento das coberturas vacinais no estado em 2024, na comparação com o ano anterior. Este resultado foi possível graças a ações e políticas públicas implementadas ao longo dos últimos anos.

Entre as ações destacadas está a lei estadual que estabelece a obrigatoriedade de apresentação do Certificado de Vacinação no ato da matrícula escolar para estudantes de até 18 anos, tanto na rede pública quanto privada. Essa medida, sancionada em agosto de 2023 pelo governador Ronaldo Caiado, tem sido fundamental para aumentar as taxas de vacinação.

Outra ferramenta crucial é o Imuniza Goiás, desenvolvido pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) e disponível para os 246 municípios goianos. Lançado em dezembro de 2022, esse sistema facilita a identificação de crianças não vacinadas até 2 anos, permitindo uma rápida intervenção dos profissionais de saúde e contribuindo significativamente para a melhora dos índices de imunização.

Resultados das coberturas vacinais

Os dados preliminares das coberturas vacinais em 2024 são bastante positivos. Por exemplo, a vacina Meningo C alcançou 99,11% de cobertura, superando a meta de 95% preconizada pelo Ministério da Saúde. Além disso, houve variações positivas nas coberturas de outros imunizantes:

  • BCG: 74,18% em 2023 e 77,04% em 2024;

  • Rotavírus: 81,37% em 2023 e 85,17% em 2024;

  • Pentavalente: 79,11% em 2023 e 81,02% em 2024;

  • Pneumo 10: 84,45% em 2023 e 84,71% em 2024;

  • Polio Injetável VIP: 79,87% em 2023 e 81,72% em 2024;

  • Febre Amarela: 67,07% em 2023 e 72,73% em 2024;

  • Tríplice Viral: 83,82% em 2023 e 85,78% em 2024.

O único caso de variação negativa foi o da Hepatite A Infantil, que passou de 73,76% em 2023 para 73,26% em 2024.

Estratégias para o futuro

O secretário de Estado da Saúde, Rasivel Santos, enfatiza que o esforço continua em 2025. “Os bons resultados nos motivam a continuar trabalhando ainda mais para o aumento das coberturas no próximo ano. Os governos federal, estadual e municipais têm uma responsabilidade compartilhada no combate a doenças preveníveis por vacinas”, explica.

O Plano Estadual de Recuperação das Altas Coberturas Vacinais, batizado de Vacina Mais, Goiás, lançado em 2023, está alinhado com o Pacto Nacional pela Consciência Vacinal, iniciado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e que contou com a adesão do governador Ronaldo Caiado. Este plano estabelece ações voltadas para a melhoria dos índices de imunização no estado.

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