O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou à Justiça o hacker que ameaçou matar o influenciador Felca e uma psicóloga devido à divulgação e repercussão do videodocumentário “Adultização”, no mês passado.
Cayo Santos e adolescente de 17 anos eram vigiados desde 2024 nas redes sociais por policiais por integrarem grupo no Discord e no Telegram que compartilha e vende imagens de abuso sexual infantil. Eles e outro suspeito foram detidos em ação da Polícia Civil de SP.
Cayo Lucas Rodrigues dos Santos, de 22 anos, foi preso pelas autoridades em 25 de agosto em Olinda, Pernambuco, onde permanece detido. Ele foi denunciado pela Promotoria pelos crimes de ameaça, associação criminosa e corrupção de menor.
Se a denúncia for acatada pela Justiça paulista, Cayo se tornará réu no processo. A defesa do hacker ainda não se manifestou sobre o caso.
Cayo é acusado de enviar mensagens ameaçadoras por e-mail e telefone ao youtuber Felca e à psicóloga Ana Beatriz Chamati, exigindo a retirada do documentário das redes após sua viralização. O vídeo abordava a adultização de crianças e adolescentes como tema central.
Além das ameaças, Cayo fazia parte de um grupo no Discord e no Telegram composto por mais de 700 suspeitos monitorados pela Polícia Civil de São Paulo. O grupo denominado “Country” é investigado por crimes virtuais, como pedofilia, estupros virtuais e ameaças a autoridades.
O hacker também é acusado de forjar um mandado de prisão contra Felca e participar de práticas criminosas associadas ao grupo. A investigação aponta que Cayo vendia serviços ilegais de inclusão de nomes no sistema de mandados de prisão por valores entre R$ 20 a R$ 50 mil.
Segundo as autoridades, membros do “Country” compartilham e vendem imagens de abuso sexual infantil, cometem estupros virtuais, maus-tratos a animais e promovem a automutilação, entre outros crimes. O Núcleo de Observação e Análise Digital (Noad) da SSP de São Paulo tem atuado para conter essas práticas criminosas.